
O vereador Ivan da Farmácia (PL) foi afastado de suas funções parlamentares após ser denunciado por supostamente utilizar o carro oficial da Câmara Municipal de Buritis (RO) para fins pessoais. A decisão foi tomada pelos demais vereadores com base no Regimento 086/2025.
A medida tem caráter preventivo e visa assegurar a lisura das investigações, que agora serão conduzidas por uma Comissão Processante. O colegiado é composto pelos vereadores Juliana Cibelly (PL), que assume a presidência, Léo Silva (REPUBLICANOS), como relator, e Otoniel Bernardes (UNIÃO), como membro. O sorteio que definiu a composição contou com a presença de um representante da imprensa local, reforçando o compromisso da Casa com a transparência e a imparcialidade.
A denúncia provocou forte repercussão na cidade. Ivan da Farmácia, conhecido por seus discursos firmes em defesa da ética e da moralidade pública, chegou a declarar em plenário que era “macho” e que combatia qualquer desvio de conduta. Agora, a contradição entre suas falas e as acusações tem alimentado discussões nas redes sociais e grupos políticos, levantando questionamentos sobre coerência e responsabilidade pública.
Em um primeiro momento, o parlamentar havia solicitado afastamento apenas do cargo de presidente da Câmara, alegando que desejava continuar exercendo o mandato de vereador. No entanto, a Mesa Diretora, seguindo rigorosamente o regimento interno, optou por afastá-lo integralmente até a conclusão do processo investigativo.
Nos próximos dias, a Comissão Processante deve reunir documentos, ouvir testemunhas e colher depoimentos tanto de Ivan quanto do denunciante, para determinar se houve ou não uso indevido de bem público.
Caso fique comprovado que o vereador utilizou o carro oficial para benefício próprio, a conduta poderá caracterizar ato de improbidade administrativa, conforme prevê a Lei nº 8.429/1992, atualizada pela Lei nº 14.230/2021. Nesse caso, Ivan poderá responder por violação aos princípios da administração pública e estar sujeito a perda do mandato, suspensão dos direitos políticos, multa civil e ressarcimento ao erário. No entanto, para que haja condenação, será necessário comprovar intenção dolosa, ou seja, que houve vontade consciente de usar o bem público para fins particulares.
Enquanto isso, a Câmara assegura a continuidade das atividades legislativas e o cumprimento das normas regimentais, buscando preservar a credibilidade da instituição e a confiança da população.
A Gazeta Buritis, comprometida com a informação pública e o jornalismo responsável, seguirá acompanhando cada etapa desse processo, mantendo os cidadãos informados sobre os avanços e decisões da Comissão.