A Justiça de São Paulo sentenciou Anderson Lacerda Pereira, conhecido como Gordão, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), e seus comparsas, incluindo seu filho Gabriel Donadon Loureiro Pereira, por associação criminosa. A condenação, anunciada pelo juiz José Henrique Oliveira Gomes, revelou um intrigante episódio de crime organizado na zona leste de São Paulo.
Na investigação, a Polícia Civil descobriu um verdadeiro arsenal de guerra escondido em uma residência no Itaim Paulista. Metralhadoras ponto 50, similares às furtadas do Arsenal de Guerra do Exército, fuzis e pistolas compunham o impressionante armamento apreendido em novembro de 2019. Marcos Andrade de Moura, capturado na ocasião, conseguiu escapar das algemas e fugir.
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Penalidades Severas
Na sentença proferida, o juiz observou que Gordão era o líder do PCC, atribuindo a ele uma pena de 11 anos e 4 meses de prisão. Seu filho Gabriel recebeu uma condenação de 9 anos e 5 meses, enquanto Edmilson Silva do Nascimento (Scoobão) enfrentará 8 anos e 6 meses, e Luciano de Almeida, 6 anos e 6 meses.
Lavagem de Dinheiro e Conexão Internacional
Ao tentar desvendar a origem do armamento, o delegado Fernando José Goes Santiago descobriu um vasto esquema de lavagem de dinheiro. Gordão, apontado como um dos maiores narcotraficantes do Brasil pela PF, construiu um império, incluindo 38 clínicas médicas e odontológicas, 15 casas de alto padrão em Arujá, e contratos milionários sem licitação na Prefeitura de Arujá.
Inspiração em Escobar: Luxo, Zoológico e Ostentação
Gordão, que se considerava inspirado no narcotraficante colombiano Pablo Escobar, acumulou um patrimônio avaliado em R$ 130 milhões. Além disso, montou um minizoológico em Santa Isabel, próximo a Arujá. Desfilando pelas ruas de Arujá em carros de luxo, ostentando correntes e relógios de ouro, fumando charutos cubanos, sua segurança era mantida por policiais.