
A instalação de uma usina de dessalinização de água na Praia do Futuro, em Fortaleza, tem gerado polêmica e preocupações no setor de telecomunicações. A razão para a controvérsia reside na proximidade dos cabos submarinos que conectam o Brasil ao restante do mundo, instalados na mesma região do litoral cearense.
Em uma entrevista à Folha de São Paulo, o vice-presidente institucional da Claro, Fábio Andrade, expressou sua preocupação, alertando que a instalação dos dutos da usina no local poderia desencadear vibrações na água, potencialmente resultando no rompimento dos cabos. Tal situação representaria uma quebra na conexão do país com outras nações.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já se manifestou sobre o assunto, classificando a situação como absurda e determinando que os dutos da usina fiquem a, no mínimo, 500 metros de distância dos cabos submarinos. Vale ressaltar que o projeto inicial estabelecia uma distância de apenas cinco metros.
Diante dessa determinação, a Claro anunciou uma medida drástica para garantir a integridade dos cabos submarinos e evitar possíveis interrupções na conexão internacional do Brasil. A operadora planeja mudar a localização dos cabos de internet, transferindo-os para a Praia do Futuro, ao lado da Praia do Bom Futuro.
Fábio Andrade destacou que, embora o investimento para essa mudança seja significativo, a medida é necessária para assegurar a estabilidade da infraestrutura de comunicação do país. A operadora está comprometida em manter a qualidade do serviço e evitar qualquer impacto negativo na conectividade nacional e internacional.
A mudança dos cabos submarinos representa um esforço proativo da operadora para contornar os desafios surgidos de uma decisão governamental que ameaçava a estabilidade da rede de comunicação do país.