
O governo do Acre marcou presença no 1º Encontro do Mecanismo Subnacional de Intercâmbio de Políticas Públicas para a Gestão Ambiental Sustentável (MIPA) promovido pela Governors’ Climate and Forests Task Force (GCF Task Force) e pelo Programa Amazônia+, que reuniu governos regionais, produtores e organizações amazônicas para discutir agricultura e pecuária regenerativa — práticas que aliam produção sustentável, proteção da floresta e melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas.

O encontro técnico, realizado em Ucayali, no Peru, de 27 a 29 de outubro, é parte de um esforço regional que busca fortalecer a cooperação entre governos subnacionais da Colômbia, México, Bolívia, Peru e Brasil, estimulando o intercâmbio de experiências e a criação de agendas conjuntas de políticas públicas para enfrentar os desafios ambientais e climáticos comuns à região.
Representando o governo do Acre, participaram a presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Jaksilande Araújo, e a chefe do Departamento de Biodiversidade da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Marilene Brasil. O evento contou também com a participação dos representantes do governo de Rondônia — o secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental, Marco Antonio Lagos, e o diretor de Governança Climática, Diogo Martins Rosa, e a consultora do Earth Innovation Institute (EII), Elsa Mendonza.

Nas discussões, as gestoras do Acre apresentaram contribuições técnicas no grupo de trabalho, reforçando o papel do estado como referência em políticas de governança climática e desenvolvimento sustentável com base na floresta em pé.
A presidente do IMC, Jaksilande Araújo, apresentou o sistema jurisdicional do Acre, por meio do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais e todas estrutura jurídica e de repartição de benefícios, governança ambiental e de salvaguardas, além de resultados positivos de projetos relacionados aos Sistemas Agroflorestais (Safs), da agricultura familiar e da pecuária sustentável, ambos do Programa REM Acre Fase II.

Entre as recomendações deixadas, estão: realização de agendas na COP30 pelo GCF, voltadas para agricultura e pecuária regenerativa, em Belém; ampliar intercâmbios para troca de experiências e boas práticas no cultivo do café e cupuaçu e novas oportunidade de parcerias para acesso a incentivos de fortalecimento das cadeias produtivas.
A diretora de projetos do GCF, Colleen Scanlan, agradeceu a participação e contribuições do governo do Acre nos debates junto aos governos amazônicos.

“Muito relevante a participação do Acre, quero agradecer ao governador Gadson Camelí, que tem estimulado a participação dos gestores e fortalecido a Sisa, uma política de desenvolvimento sustentável reconhecida internacionalmente. Acre deixou contribuições valiosas nos grupos de trabalho por terem essa expertise em governança ambiental e cooperação amazônica. Acre é exemplo para uma nova economia florestal que une produção, conservação e justiça climática”.
A presidente do IMC destaca a relevância dos intercâmbios com os demais territórios amazônicos para troca de experiências na implementação de políticas regenerativas e na construção de uma nova economia florestal.

“O Acre tem um histórico de atuação integrada entre governo, comunidades e setor produtivo. Participar deste encontro reafirma nosso compromisso com uma governança climática baseada no diálogo, na ciência e na valorização dos saberes locais. É dessa convergência que surgem soluções reais para manter a floresta em pé e gerar prosperidade para quem vive dela. É uma honra estarmos contribuindo para fortalecer essa agenda junto aos países vizinhos e parceiros do GCF.”
A gestora da Sema, Marilene Brasil, ressaltou o papel estratégico da cooperação técnica regional para o avanço das políticas ambientais nos países amazônicos.

“As experiências compartilhadas aqui apontam caminhos para reconstruir o equilíbrio entre produção e conservação. A agricultura e a pecuária regenerativa mostram que é possível produzir recuperando áreas degradadas e garantindo a segurança alimentar.”
O Mecanismo de Intercâmbio de Políticas Públicas Subnacionais (MIPA) é estruturado em três eixos: mapeamento de experiências, encontros técnicos de intercâmbio e agendas de cooperação bilateral e multilateral.
As práticas apresentadas durante o evento — como rotação de culturas e pastagens, sistemas agroflorestais e uso de insumos orgânicos, reforçam uma abordagem que busca restaurar ecossistemas e gerar benefícios ambientais e econômicos de longo prazo.
De acordo com dados do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), ligado à Secretaria do Meio Ambiente (Sema), baseado em levantamentos oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Acre reduziu 25% na taxa de desmatamento para o ano florestal de 2024, em relação a 2023.
Já em relação aos focos de queimadas, a redução foi de 73%, de janeiro a setembro de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados são do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), ligado à Secretaria do Meio Ambiente (Sema), baseado em levantamentos oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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