
As alternativas penais não surgem com o objetivo de punir, mas de estimular a reflexão e promover a ressocialização. É com essa premissa que, desde 2018, o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), por meio da Central Integrada de Alternativas Penais de Rio Branco (Ciap), vem criando grupos reflexivos com o intuito de promover a autocrítica por parte dos acompanhados.
Entre eles, destaca-se o grupo voltado à temática sobre o uso e o abuso de drogas, cujas ações têm ganhado força em todo o país recentemente. No entanto, o Acre se mantém como pioneiro nessa iniciativa, que já é desenvolvida há sete anos no estado.
“O Conselho Nacional de Justiça, nos meses de outubro e novembro, está promovendo, em todo o país, uma capacitação aos servidores para introdução de grupos reflexivos na temática de drogas. E nós, da Ciap de Rio Branco, fazemos esse trabalho desde 2018, que foi o ano de criação da Central. O nosso grupo reflexivo tem foco na responsabilização e não na reincidência”, afirma a coordenadora da Ciap, Priscila Oliveira.

Desde o início das atividades, foram instituídos 22 grupos reflexivos, envolvendo mais de 350 participantes que cumprem medidas alternativas à prisão. Atualmente, um novo grupo está em andamento, com cerca de 25 pessoas acompanhadas por equipe técnica especializada e por estagiários de Psicologia de instituições parceiras que atuam em estágio supervisionado no local. Os acompanhados relatam a experiência como transformadora:
“É uma experiência muito boa, em que eu tenho aprendido muito com vários profissionais que têm passado experiências de vida. Nessas oito palestras que estive, aprendi muito e estou levando para casa, para os meus netos, para o meu filho. Estou sendo muito bem assistido aqui”, relata A. F., um dos participantes.

Os encontros ocorrem periodicamente e têm como objetivos principais a conscientização, a mudança de comportamento e a prevenção da reincidência, alinhando-se às diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre políticas de alternativas penais.
“Quero ressaltar a importância desse trabalho maravilhoso feito pelo Iapen. É muito importante a palestra sobre drogadição. Visa conscientizar o indivíduo sobre os malefícios dessa substância tão devastadora. Esses grupos despertam o ser humano e ajudam a reconstruir famílias”, destaca o palestrante convidado e ex-usuário, José Ribeiro.

Relatos como os de José e A.F. evidenciam que ações de ressocialização vão muito além do cumprimento de uma medida alternativa. Elas transformam trajetórias, fortalecem vínculos e abrem caminhos reais para a reintegração social.
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