
O vice-presidente da Câmara Municipal de Buritis, vereador Aparício (PL), declarou em sessão que “não vai se curvar à pressão” e que buscará agir com imparcialidade na análise da denúncia protocolada contra o presidente da Casa, Ivan Carlos Dutra (PL). No entanto, a fala do parlamentar gerou críticas nas redes sociais, já que ele próprio é citado no documento que investiga o caso.
“Quero dizer que essa mesa diretora não vai se curvar à pressão, que seja de intimidação de cunho pessoal... A denúncia chegou nessa casa no dia 21 referente ao presidente, no dia 22 foi entregue para mim, mas essa denúncia já estava nos meios de comunicação sendo divulgada, preciso enaltecer isso.
Nós estamos em análise da denúncia que chegou em nossa mesa, que está no meu gabinete juntamente com os dois vereadores. Somos três vereadores e estamos analisando. Após essa análise, concluindo, aí sim será mandado para o plenário. Mas a gente tem que fazer as coisas corretamente, com calma, seriedade e buscando a imparcialidade. É assim que essa mesa diretora vai fazer”,
— disse o vice-presidente Aparício (PL) em fala na tribuna.
Nas redes sociais, internautas questionaram a isenção do vice-presidente, alegando que ele não deveria participar da análise nem do julgamento do processo, já que é mencionado na denúncia. Alguns moradores afirmam ter recorrido ao Ministério Público pedindo que outro vereador conduza a tramitação.





A denúncia, protocolada em 21 de outubro de 2025, acusa o presidente da Câmara, Ivan Carlos Dutra, de “procedimento incompatível com o decoro parlamentar”. O documento aponta que Dutra teria utilizado um veículo oficial da Câmara de Vereadores para transportar materiais de construção de natureza particular, em abril deste ano.
Segundo o texto protocolado, durante uma viagem institucional a Porto Velho entre os dias 15 e 17 de abril de 2025, o veículo oficial teria desviado o trajeto da BR-364 para onde o vereador teria feito uma parada em uma loja de materiais de construção.
No local, o parlamentar teria adquirido e pago, com seu cartão pessoal, três caixas de cerâmica, que foram colocadas na carroceria do veículo oficial. O destino seria uma obra particular, conforme descrito na denúncia. O documento também ressalta que a loja se encontra em uma região de pouco movimento, o que, segundo o denunciante, reforçaria a tentativa de evitar visibilidade pública.
Até o fechamento desta matéria, a Câmara Municipal de Buritis não havia emitido nota oficial sobre a possível substituição do vice-presidente na análise do processo.