Nesta quarta-feira (27), o dólar alcançou R$ 5,91, a maior cotação da história do real frente à moeda norte-americana, superando o recorde anterior de maio de 2020 (R$ 5,9007). A disparada aconteceu em meio às especulações sobre o pacote fiscal que será anunciado ainda hoje pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Paralelamente, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, opera em queda livre, refletindo a forte reação negativa do mercado.
A proposta, que inclui a taxação dos super-ricos e a ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais, foi antecipada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), durante entrevista coletiva nesta manhã. Segundo ele, o imposto mínimo para grandes fortunas será uma das fontes de financiamento para a isenção do IR, com implementação prevista para 2026.
Os investidores demonstraram preocupação com as implicações fiscais da medida. Apesar de a arrecadação adicional com a taxação dos mais ricos ser vista como uma tentativa de equilibrar as contas públicas, a ampliação da faixa de isenção do IR representa um aumento significativo nos gastos governamentais, indo contra as expectativas de medidas de austeridade.
Além disso, a falta de detalhes sobre cortes de despesas reforçou o pessimismo do mercado. Analistas avaliam que a proposta pode enfraquecer a confiança no compromisso do governo com o cumprimento do arcabouço fiscal, um dos pilares da política econômica atual.
Com a alta de hoje, o dólar acumula:
Enquanto isso, o Ibovespa segue em queda acentuada na última hora do pregão, após ter fechado ontem em alta de 0,69%, aos 129.922 pontos. No acumulado:
O ministro Fernando Haddad fará um pronunciamento em rede nacional às 20h30 desta quarta-feira, com duração estimada de 7 minutos e 18 segundos. No discurso, espera-se que ele esclareça detalhes sobre o pacote fiscal e as projeções para a economia.
Especialistas aguardam o anúncio com cautela, pois ele será crucial para medir o impacto das medidas no equilíbrio fiscal e na confiança dos mercados. Enquanto isso, investidores seguem atentos ao comportamento da moeda e dos índices, diante de um cenário de incerteza crescente.