Marcada pela mobilização, prevenção e fortalecimento da rede de proteção às mulheres, a campanha Agosto Lilás, desenvolvida pela Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), teve como foco ações de conscientização e de promoção dos serviços da pasta tanto na capital quanto no interior do estado.
Durante o mês de agosto, a Semulher intensificou as atividades coordenadas a fim de enfrentar e, principalmente, prevenir todos os tipos de violência contra a mulher e o feminicídio. A iniciativa também convida a comunidade à responsabilidade conjunta de refletir e coibir essa prática. Por meio de uma comunicação clara e uma abordagem educativa, a mobilização pretende levar informações sobre os direitos assegurados pela lei, os meios para fazer denúncias e os serviços de atendimento especializados.
Em alusão, também, aos 19 anos de Lei Maria da Penha, a abertura do mês de agosto com acender das luzes lilás foi realizada no estande da Semulher, na 7ª noite da Expoacre 50 anos, a maior e principal feira de agronegócio e eventos do Acre. A atividade buscou dar visibilidade à temática e anunciar as ações programadas.
Uma das principais ações do mês de agosto foi a caminhada pela conscientização e o enfrentamento à violência contra as mulheres, realizada no dia 7. A capital e as regionais do estado se reuniram em suas respectivas localidades para dar destaque ao combate à violência contra as meninas e mulheres, sob o lema Feminicídio Zero!
“Este mês do Agosto Lilás foi um marco para a gente. Estamos, não só neste mês, mas em todos os outros, chegando até as mulheres com políticas públicas. Esse é um momento em que intensificamos e damos ainda mais visibilidade a essas ações tão importantes para reduzir a violência e o feminicídio. Desde que a Semulher foi reimplantada temos tido resultados positivos, e essa mobilização é mais um passo que estamos dando”, disse a gestora da pasta da Mulher, Márdhia El-Shawwa.
Em Rio Branco, a concentração foi realizada no Museu dos Povos Acreanos, com a presença do governador Gladson Camelí e da vice-governadora Mailza Assis. A caminhada foi finalizada em frente ao Palácio Rio Branco. A data também marca os 19 anos da Lei Maria da Penha, considerada uma das legislações mais avançadas e completas no combate à violência doméstica contra a mulher.
Ele reafirmou o compromisso do governo com a erradicação da violência de gênero: “Quero saudar todas as mulheres e dizer que feminicídio zero é a meta que todos nós, gestores públicos, lutamos para alcançar no nosso estado”.
O governador também ressaltou o papel fundamental das mulheres na sociedade: “As mulheres são mães, filhas, avós, esposas, donas de casas e trabalhadoras. Cabe a nós conscientizarmos a nossa sociedade da importância de respeitar todas as mulheres”.
A vice-governadora Mailza Assis destacou que, com a atuação conjunta dos orgãos, bem como da população, a partir da conscientização, é possível acabar com a violência contra a mulher e chegar à meta do governo e da Secretaria da Mulher: feminicídio zero.
“Mais uma ação pelo feminicídio zero, e eu quero cumprimentar e agradecer a presença de cada um que abraçou essa causa junto com a gente, com a Secretaria da Mulher, por meio da secretária Márdhia. É um esforço de todo o governo, de todas as equipes, para influenciar, para garantir esse direito de viver em paz. Nós nos juntamos aqui, a toda a sociedade, e convidamos todo o nosso Acre para abraçar essa causa e para divulgarmos essa ação, que é a luta pelo feminicídio zero.
No início da campanha, a Semulher firmou parceria com o Via Verde Shopping e levou o Ônibus Lilás, que dispôs os atendimentos psicológicos, orientações jurídicas e sociais para as mulheres em todos os fins de semana. Na oportunidade, a equipe multiprofissional realizou abordagens educativas e distribuição de materiais informativos para a população, com um espaço estratégico com os programas e cartilhas desenvolvidas pela Semulher, além dos banners, totens e parede adesivada com leis de proteção à mulher espalhados pelo ambiente de forma didática e estratégica.
Um dos pontos altos do Agosto Lilás foi a Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, que aconteceu no dia 11. O evento teve como objetivo integrar propostas para o fortalecimento e a ampliação de políticas públicas voltadas à população feminina. Com o tema “Mais democracia, mais igualdade e mais conquistas para todas”, a cerimônia, coordenada pela Semulher e pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), foi realizada no teatro da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco.
Depois de 9 anos, a conferência representou a retomada de um processo que reafirma os direitos humanos das mulheres e reforça a importância da participação feminina na construção de um estado mais justo, inclusivo e plural. A programação reuniu representantes dos 22 municípios e de diversos setores, que discutiram demandas e apresentaram propostas alinhadas à realidade local.
Houve, ainda, representação nacional do Acre no 19° Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em Manaus. Os temas centrais que precedem a COP30, são os desafios da segurança pública, integrando questões urgentes da área às complexidades globais da emergência climática e à necessidade de proteção tanto das cidades quanto da floresta.
Os encontros foram realizados nos dias 14 e 15 de agosto, no Centro de Convenções Vasco Vastes. Representando o Acre, a secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa, coordenou o painel “Caminhos Efetivos no Enfrentamento à Violência contra as Mulheres”, para apresentar as boas práticas em políticas públicas para as meninas e mulheres. Também esteve presente em painéis temáticos e assistiu a palestras, com o objetivo de ampliar seu conhecimento sobre o universo da violência e, a partir disso, aprimorar as políticas públicas voltadas às mulheres acreanas.
“Este espaço nos permite discutir, aprender e aprimorar estratégias para combater a violência de gênero, proteger nossas mulheres e garantir que as políticas públicas sejam cada vez mais eficientes e sensíveis às realidades locais”, afirma Márdhia.
A Secretaria de Estado da Mulher firmou, ainda, em Rio Branco, a assinatura do Termo de Fomento com a Associação de Mulheres Negras (AMN), n° 06/2025, com a Associação de Mulheres Negras (AMN),com o objetivo de fortalecer a prevenção e o enfrentamento à violência contra as mulheres negras de todo o estado.
O documento concede apoio financeiro da administração pública estadual às organizações da sociedade civil para a execução de projetos, voltados a contribuir, de forma ampla, com políticas públicas para a população feminina. Esses projetos precisam ter como ações prioritárias o apoio à prevenção da violência contra as mulheres negras, o apoio a projetos de valorização da beleza e empoderamento da mulher acreana e o apoio às ações de empoderamento da mulher acreana por meio do incentivo ao empreendedorismo feminino.
No âmbito do fomento à autonomia econômica das mulheres, a Secretaria de Estado da Mulher levou cursos profissionalizantes do Programa Impacta Mulher para mulheres de áreas afastadas e do interior. Em Rio Branco, as mulheres foram certificadas nos cursos de customização de camisetas no Ramal Bom Jesus, customização de sandálias no bairro Cidade Nova, customização de sandálias na Apadeq, Macramê no bairro Placas e customização de camisetas no Ramal da Judia.
Houve também a Feira com Mulheres Empreendedoras do Programa Impacta Mulher, realizada no Horto Florestal. Já no interior, os cursos foram de preparo de bolos e tortas e preparo de salgados em Cruzeiro do Sul; preparo de salgados em Manoel Urbano; corte de cabelo masculino e feminino em Epitaciolândia; curso de frentista e operador de Caixa em Sena Madureira e de cortes de cabelos masculino e feminino e preparo de salgados para mulheres no Jordão, um dos municípios de difícil acesso do estado.
Essa qualificação profissional vai desde a área da beleza, até a gastronomia e a customização de peças. O programa é destinado para mulheres em situação de vulnerabilidade social ou violência doméstica, visando dar a autonomia financeira necessária para recomeçarem suas vidas.
No Jordão, Manoel Urbano e Capixaba, a Semulher também realizou Encontro de Formação da Rede de Atendimento às Mulheres. O evento reuniu profissionais da assistência social, saúde, segurança npública e sociedade civil para fortalecer os serviços de proteção às mulheres em situação de violência. A formação tem o objetivo de alcançar os 22 municípios do estado, para aprimorar os atendimentos, alinhar protocolos e reforçar ações de prevenção à violência de gênero.
“Essa formação é muito importante para o município porque ela está falando e nos capacitando em relação ao funcionamento do fluxo da rede, o que nos faz entender qual é o papel, quais são as atribuições de cada rede e alinhando esse atendimento”, disse a assistente social do município de Capixaba, Maria do Carmo da Paz.
Para mulheres indígenas de território originário de Jordão, a pasta promoveu a cartilha sobre a Lei Maria da Penha traduzida para a língua Huni Kuin com o objetivo de combater à violência contra as mulheres indígenas. A ação aconteceu no espaço pedagógico intercultural das mulheres Huni Kuin, Casa Ainbu Daya. A iniciativa também divulgou canais de denúncia e apoio, para que a informação e proteção cheguem a todos aqueles que mais precisam — na língua e na cultura de cada povo.
Por meio de Unidade Móvel de Atendimento à Mulher, Ônibus Lilás, a Secretaria de Estado da Mulher levou serviços itinerantes para população indígena na Aldeia Pinuya, em Tarauacá. Na ocasião, a Semulher ofertou atendimento psicológico, orientações sociais, abordagens educativas e distribuição de materiais informativos contendo os canais de denúncia e apoio às vítimas de violência, para as mulheres indígenas da região.
Neste mês, o Ônibus Lilás também esteve no interior do estado, proporcionando orientação psicológica, jurídica e social. Os municípios contemplados, tanto na zona urbana quanto rural, foram Bujari, Epitaciolandia, Brasileia, Plácido de Castro, Porto Acre e Sena Madureira.
“Eu achei maravilhoso esse movimento aqui que teve na escola, juntando as escolas do km 84, foi de grande importância, achei muito importante a palestra também que teve, a participação das secretarias e também em relação à Secretaria da Mulher. Esse é o mês do Agosto Lilás, então isso nos ajudou muito, conscientizou. As mulheres que vivem sofrendo de violência vão saber a quem procurar. Gratidão e espero que retornem mais vezes a nossas comunidades”, relatou a professora Angela Maria Bento de Mesquita, uma das mulheres alcançadas pela atividade em Brasileia.
A Secretaria da Mulher também realizou ação contínua de conscientização sobre atendimento a mulheres indígenas na rede de saúde, com servidores de Unidades de Referência em Atenção Primária (Uraps) São Francisco, Hidalgo de Lima, Claudia Vitorino e Manoel Bezerra . O objetivo foi informar e sensibilizar os profissionais de saúde sobre a importância do acolhimento qualificado e respeitoso.
Para alcançar um maior número de pessoas, toda semana, a Semulher promoveu abordagens educativas com entrega de material informativo e a presença da equipe multidisciplinar no centro de Rio Branco, mais especificamente em frente ao Palácio Rio Branco e o Terminal Urbano. Por meio dessa conscientização, foi possível divulgar canais de denúncia e as políticas públicas executadas pela pasta.
O Programa Femicídio Zero, que ocorre com palestras e rodas de conversa, trata sobre a Lei Maria da Penha, o ciclo da violência e como romper relacionamentos abusivos. Destinado a toda a sociedade, neste mês de agosto, foi realizado na Clinica Renal, no Organização em Centros de Atendimento (Oca), na Agroboi, na Igreja Quadrangular do Mocinha Magalhães, na UBS Manoel Alves no bairro Cidade do Povo, no Sesc, no Complexo Regulador Estadual da Secretaria de Estado da Saúde, na Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado do Acre (Ageac), no Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), na Unidade Penitenciária Feminina de Rio Branco e na Empresa Hernandes Atacado e Distribuidora.
Para certificar estabelecimentos com o Programa Zona Segura, a Semulher esteve no Q Gula Churrascaria, Rio Conveniência, Restaurante Point do Baião, Amazonia Palace Hotel, Marmitaria Casa Mesquita, Q uintal do Geleia, Tacacá do Dete 2, Polar Soveteria, Vila Monster, Mais Sabor Panificadora, Açaí com Bolo, Açaiteria TWE, Churrasquinho Popular, Distribuidora Lira Bar e Conveniência Lira. Também houve afixação de cartazes contra o racismo, homofobia e transfobia no Mercado Municipal Rui Lino, nesses momento, é realizado um momento de conscientização para os funcionários dos estabelecimentos e coordenação.
Os Ciclos Terapêuticos, programa que visa trabalhar a saúde mental das mulheres, com apoio e acolhimento, aconteceram na Associação das Mulheres Megras (AMN) no bairro Floresta, Loteamento Novo Horizonte e no bairro Calafate, na escola Edilson Façanha. Além do lançamento dos Ciclos Terapêuticos para Mulheres de Axé, na Organização Espiritualista Reino de Oxum, no bairro Tancredo Neves.
A Semulher esteve na Ageac com o programa Papo de Homem. A iniciativa incentiva os homens a refletirem sobre seu papel no enfrentamento à violência contra a mulher e fortalece o compromisso coletivo por uma sociedade mais justa e respeitosa. Durante o encontro, foi entregue a cartilha “Como conversar com homens sobre violência contra a mulher”, um material de apoio para transformar diálogo em ação.
Também houveram palestras para discutir raça e etnia, de enfrentamento ao racismo e discriminação de gênero contra meninas e mulheres, voltadas aos colaboradores do Mercale, nas unidades do bairro Bosque e Estação Experimental. Para dialogar com estudantes da rede pública de ensino, a Semulher promoveu o Programa Papo Reto: Combatendo a violência contra meninas e mulheres negras, nas escolas Paulo Freire, no bairro Belo Jardim I e dr. Carlos Vasconcelos, no bairro Quinze. No interior a atividade foi realizada na escola rural Nova Esperança, em Capixaba.
“A Secretaria da Mulher tem uma missão e um propósito de alcançar os mais diversos tipos de mulheres. Nossas ações são planejadas para chegar nelas. A informação tem um poder muito grande no fim da violência, então, além das mulheres que conseguimos conscientizar diretamente, existem aquelas que ficam sabendo por meio de um filho, uma amiga, uma vizinha. Isso é muito importante, que não somente a gente, mas toda a sociedade se interesse, se engaje nessa luta. Aquelas que precisarem de atendimento, de apoio, podem sempre estar nos procurando. Nosso trabalho é feito de maneira continuada, articulando com outros órgãos, formando a rede e assim, vamos pouco a pouco, transformando o imaginário popular e ensinando sobre o perigo da violência, seja ela qual for. Nesse mês do Agosto Lilás, fizemos ações em diversos municípios, além das representantes da Semulher que posicionamos em cada regional, vocês podem contar com o governo do Acre e a Secretaria da Mulher”, concluiu a secretária da Mulher, Márdhia El-Shawwa.
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