Alguns pais de alunos procuraram a Gazeta Buritis para relatar insatisfação com a condução das atividades pedagógicas na E.M.E.I.E.F Tiradentes, localizada no Marco 20, em Buritis (RO).
Segundo os responsáveis, professores estariam deixando de ministrar aulas presenciais e repassando parte do conteúdo para ser desenvolvido pelos pais em casa. Ainda de acordo com os relatos, famílias estariam sendo orientadas a gravar vídeos realizando atividades escolares com os filhos. Pais que não participam desse formato afirmam que recebem encaminhamentos e notificações da escola.
De acordo com dados públicos do site qedu.org.br, mantido pela Fundação Lemann, com base nas avaliações do Saeb/Inep, o índice de aprendizado da E.M.E.I.E.F Tiradentes (2023) era de 39% em Língua Portuguesa e Matemática. Em 2021, o índice era de 10%. Apesar da evolução, o resultado permanece abaixo do patamar considerado adequado, que é acima de 70%.
Pais também relatam que, em alguns casos, professores estariam afirmando que determinadas crianças “têm problema de cabeça” e recomendando que os responsáveis as levem ao médico. Contudo, segundo os pais, em diversas ocasiões os profissionais de saúde consultados não constataram qualquer alteração significativa na saúde das crianças.
Com base no artigo 205 da Constituição Federal, a educação é “direito de todos e dever do Estado e da família”, devendo visar “o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. O artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990) garante à criança e ao adolescente “o direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”. Já o artigo 208, inciso V, da Constituição assegura o “acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.
Diante do cenário, alguns pais informaram que irão acionar o Ministério Público do Estado de Rondônia (MP-RO) para apurar as condutas relatadas e solicitar que a gestão municipal adote providências que garantam a regularidade do processo de ensino-aprendizagem e o respeito aos direitos educacionais previstos em lei.
Até o fechamento desta matéria, a Gazeta Buritis não conseguiu contato com a direção da escola. Caso a instituição queira se manifestar, o espaço permanece aberto para apresentação de sua versão dos fatos.