A possibilidade já havia sido divulgada na semana passada, por meio da ata da última reunião do Copom, quando a instituição informou que "não hesitará em elevar a taxa de juros" se julgar apropriado.
"Em relação à possibilidade de subir os juros, ontem teve duas falas de diretores apontados por esse governo [do presidente Lula] que vão fazer o que tiver que fazer para a inflação atingir a meta. E, se tiver de subir os juros, é isso que vai ser feito", declarou Campos Neto, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados.
Atualmente, o juro básico da economia está em 10,5% ao ano, após duas manutenções pelo BC, no menor nível em dois anos e meio. Mesmo assim, trata-se da terceira maior taxa, em termos reais, do mundo.
O atual nível da taxa Selic foi criticado várias vezes pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos meses, que questiona seu impacto no crescimento da economia e na geração de emprego, assim como por integrantes do PT.
Na última quinta-feira (8), o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que "todos diretores [do BC, com voto na definição da taxa de juros] estão dispostos a fazer o que for necessário para cumprir a meta [de inflação]".
Galípolo foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é cotado para ser o próximo presidente da instituição a partir de 2025.
"Se por acaso, o poder democraticamente eleito [governo federal] conviver com uma economia onde seja necessário um esforço de política monetária inferior [juro menor] ao esforço necessário para persecução de uma meta de 3% há uma maneira institucional legal, objetiva e simples para que o poder democraticamente eleito transfira esse comando ou orientação para a autoridade monetária, que é o decreto da meta de inflação. Você altera a meta de inflação", afirmou Galípolo, na ocasião.
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