O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está buscando uma regulamentação mais ampla para os aplicativos de transporte e entrega no Brasil, o que tem levantado preocupações entre as empresas do setor. Recentemente, durante um evento, Lula expressou sua expectativa por uma aprovação mais favorável no Congresso Nacional para um projeto de lei que visa regulamentar os aplicativos, seguindo o modelo adotado na Espanha.

O foco do projeto de lei assinado pelo presidente na última segunda-feira é a regulamentação do trabalho dos motoristas de aplicativos, com regras específicas para transporte em veículos de quatro rodas. Contudo, Lula também mencionou o iFood, o principal aplicativo de delivery do país, destacando a relutância da empresa em chegar a um acordo satisfatório com os entregadores.

Durante o evento, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), fez críticas diretas ao iFood e a outras plataformas, afirmando que "não adianta o iFood mandar recado". Marinho ressaltou a importância de estabelecer um padrão remuneratório justo para os trabalhadores, incluindo os entregadores.

Continua após a publicidade

Em resposta às declarações do ministro, o iFood defendeu sua posição, argumentando que seus entregadores atualmente têm uma remuneração média considerável, superando até mesmo o salário mínimo em muitos casos.

Entretanto, a preocupação persiste entre os entregadores, que temem que a regulamentação proposta pelo governo possa resultar em uma redução significativa de seus ganhos. Muitos expressaram indignação com a possibilidade de serem obrigados a ter carteira assinada, temendo que isso leve a uma diminuição de sua remuneração, que atualmente pode ser superior ao salário mínimo.

Diante desse cenário, o iFood e outras plataformas de entrega enfrentam um impasse, tendo que conciliar as demandas dos trabalhadores com as pressões do governo por uma regulamentação mais abrangente. Se não houver um acordo satisfatório para todas as partes envolvidas, o futuro do iFood no Brasil pode estar em risco, colocando em xeque todo o setor de entregas por aplicativo no país.