
Uma obra na Praia do Futuro, uma das mais visitadas por turistas em Fortaleza, está gerando um embate ferrenho entre governo do Ceará e companhias telefônicas. Enquanto o primeiro defende o projeto, que prevê a construção da maior usina de dessalinização de água do mar do país, para fornecimento de água potável aos cearenses, as empresas temem que funcionamento da internet em todo o Brasil esteja ameaçado, caso a estrutura provoque o rompimento de cabos submarinos que fornecem o serviço.
Por sua proximidade com a Europa - cerca de seis mil quilômetros - a cidade é a primeira do Brasil a receber cabos de fibra ótica europeus. De Fortaleza, os cabos - responsáveis por 99% do tráfego de dados - partem para o Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), se esses cabos forem rompidos, o país inteiro fica off line ou com a internet bastante lenta.
"O Ceará, em especial a cidade de Fortaleza, é que garante a interconexão do Brasil com o resto do mundo", declarou na última quarta-feira o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
Diante dos riscos, a Anatel emitiu uma recomendação contrária à instalação da usina de dessalinização, o que provocou a suspensão do andamento do projeto.
Neuri Freitas, diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), órgão que está à frente do projeto para construção da Usina, afirma que a distância entre cabos e outras infraestruturas foi ampliada de 40 para 500 metros, para evitar riscos. Por isso, ele avalia que a questão está resolvida.
“A gente acha que não há esse risco já que no continente todos os cabos cruzam com alguma estrutura, como rede de gás, de energia e diversas outras estruturas”, afirmou.
Fonte: O Liberal