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Do quintal para o mundo, madeira de manejo se transforma em peças utilitárias e decorativas pelas mãos de artesão

Gamelas, colheres, copos, pratos, artigos de decoração e outros objetos fazem parte do tesouro produzido pelo acreano Antônio Geraldo Sobrinho, que...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Acre
19/03/2025 às 11h48
Do quintal para o mundo, madeira de manejo se transforma em peças utilitárias e decorativas pelas mãos de artesão
Foto: Reprodução/Secom Acre

Gamelas, colheres, copos, pratos, artigos de decoração e outros objetos fazem parte do tesouro produzido pelo acreano Antônio Geraldo Sobrinho, que há mais de 20 anos utiliza madeira de manejo para criar suas peças. A narrativa de sua história marca o Dia Mundial do Artesão, celebrado nesta quarta-feira, 19.

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Aos 60 anos, Antônio possui um ateliê no quintal de sua casa, em Rio Branco, de onde sai toda sua produção. “O artesanato é uma das melhores terapias. Eu gosto muito. O artesanato representa tudo para mim. Às vezes até esqueço de comer, porque estou entretido no trabalho. Ele é um controle psicológico, deixa a gente tranquilo”, destaca.

Antônio é artesão há 25 anos e produz suas peças no ateliê localizado no quintal de casa. Foto: Bruno Moraes/Sete
Antônio é artesão há 25 anos e produz suas peças no ateliê localizado no quintal de casa. Foto: Bruno Moraes/Sete

Sua arte é também sua fonte de ganho: “É a minha única renda. Há momentos em que conseguimos algo melhor, em outros é mais difícil. Já tive encomendas para outros estados, e também há peças minhas em outros países, que não foram encomendadas diretamente comigo, mas são minhas. No Brasil, já enviei peças para São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina”.

Sustentabilidade em alta: artesão utiliza madeira de manejo para confecção de produtos. Foto: Bruno Moraes/Sete
Sustentabilidade em alta: artesão utiliza madeira de manejo para confecção de produtos. Foto: Bruno Moraes/Sete

“Para mim, tudo é arte”

Antônio conta que, antes de se dedicar profissionalmente ao artesanato, já tinha noção de como era a produção. “A partir de 2000, comecei a produzir as primeiras peças, que não eram tão boas, mas, conforme fui aperfeiçoando, criei outras. Nós produzimos as peças, mas sempre pensando em criar novas”, relata.

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Ressalta ainda que toda a madeira usada vem de manejo, de forma legalizada. “Eu não vou desbravar e derrubar a floresta. Entro em contato com as pessoas que fazem manejo e pego. Tudo é legalizado, e a gente ajuda o meio ambiente a se alegrar com a gente, por manter e cultivar as árvores. Por isso, aproveito qualquer pedaço de madeira, seja tora ou pedaço pequeno. Para mim, tudo é arte”, avalia.

E o artesão gosta de desafios: “Quando me mostram algo que não faço, digo ‘não pergunte se eu faço, pergunte quanto custa’. As pessoas acham engraçado, mas eu digo que a arte já está dentro de mim. Eu nasci para o artesanato, é o meu trabalho”, explica, com risadas.

Antônio já vendeu peças para outros estados do Brasil e outros países. Foto: Bruno Moraes/Sete
Antônio já vendeu peças para outros estados do Brasil e outros países. Foto: Bruno Moraes/Sete

Produzindo diversas categorias de peças, Antônio cita algumas das madeiras com as quais trabalha: “Uso cumaru-ferro, cerejeira, cedro, aroeira e teca. Na minha casa, plantei cerejeira, mas é para ajudar a manter a floresta e o meio ambiente. Esse trabalho, para mim, é tudo. Mesmo que eu tivesse outro emprego, ainda assim dedicaria algumas horas ao artesanato”.

Antônio também cuida da renovação do seu portfólio: “Graças a Deus, a cada ano, tenho uma peça diferente. A peça que eu produzia antes, faço menos, e invisto na próxima. Não trabalho por esporte, trabalho com artesanato porque gosto”.

Em Rio Branco, o artesão tem peças expostas para comercialização na Casa do Artesanato Acreano (atualmente com funcionamento suspenso devido à cheia do Rio Acre), na Rua Eduardo Assmar, em frente ao Calçadão da Gameleira, mas também recebe encomendas por WhatsApp pelos números (68) 984165232 e (68) 992056468 ou Instagram @antoniogeraldoac.

Arte, economia, turismo e patrimônio

O titular da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete), Marcelo Messias, destaca a atuação dos artesãos locais, que contam a história e preservam a identidade da população do Acre.

“Neste dia, ressaltamos a importância de cada mão talentosa que transforma matérias-primas em verdadeiras obras de arte, que leva o nome do nosso estado para o Brasil e o mundo. O artesanato não é só arte, é economia, turismo e patrimônio. Na Sete, valorizamos esse trabalho com incentivo, capacitação e oportunidade de negócios. A cada peça produzida, temos um pouco da nossa história sendo contada e nossa essência preservada”, ressalta.

Secretário Marcelo Messias: “Artesanato não é só arte, é economia, turismo e patrimônio”. Foto: Bruno Moraes/Sete
Secretário Marcelo Messias: “Artesanato não é só arte, é economia, turismo e patrimônio”. Foto: Bruno Moraes/Sete

Para promover cada vez mais o artesanato, o governo do Acre, por meio da Sete, realiza capacitações, caravanas de cadastramento nos municípios e oportunidade de negócios com participações nas feiras nacionais e internacionais, que levam o nome e a riqueza deste trabalho manual que representa o Acre para diversos lugares do mundo.

Além disso, a Casa do Artesanato Acreano, reúne peças de artesãos dos mais variados segmentos como biojoias, cerâmicas, palha e produtos feitos por indígenas.

A coordenadora do Artesanato Acreano na Sete, Risoleta Queiroz, afirma que o objetivo da data é valorizar os profissionais do setor, destacar o trabalho na sociedade e promover a autonomia e a economia local.

“O artesanato brasileiro é diverso, com características diferenciadas de norte a sul. A produção artesanal é influenciada pelas comunidades locais e pela matéria-prima disponível na região. O trabalho artesanal é uma fonte de renda para muitas famílias e os conhecimentos para a produção artesanal são passados de geração em geração”, diz.

“Os conhecimentos para a produção artesanal são passados de geração em geração”, diz Risoleta Queiroz. Foto: Marcos Rocha/Sete
“Os conhecimentos para a produção artesanal são passados de geração em geração”, diz Risoleta Queiroz. Foto: Marcos Rocha/Sete

Risoleta lembra ainda que o artesanato acompanha a história da espécie humana ao longo dos anos: “Sofreu mudanças, novos olhares e hoje é uma ferramenta artística que conserva culturas e muito significado, para além da produção de um objeto decorativo ou de um adereço para o corpo. O papel do artesão na sociedade não é somente de mão de obra, mas de produção artística importante para o mundo”.

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