
Com o objetivo de promover a inclusão, a ética e o respeito nos meios de comunicação acreanos, o governo do Estado, por meio das secretarias de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) e de Comunicação (Secom), com apoio do Ministério Público Federal (MPF), promoveu na manhã desta quinta-feira, 30, a palestra “Jornalismo, diversidade e direitos humanos – letramento para comunicadores acreanos”, no auditório do Hotel Nobile Suítes.

O encontro também tem como objetivo qualificar profissionais da comunicação pública e da imprensa para uma abordagem adequada sobre lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexos e assexuais (LGBTQIA+) nos meios digitais, impressos e audiovisuais. A proposta é contribuir para a quebra de preconceitos na comunicação e promover uma cobertura assertiva e responsável, garantindo que a informação chegue à população de forma ética e respeitosa.
A especialista em Direito Antidiscriminatório, Luanda Pires, parabenizou o governo do Estado e as outras instituições parceiras do evento e movimentos pela realização do encontro.
“Comunicação é tudo e ela tem um papel fundamental no que diz respeito à desconstrução de padrão, à desconstrução de padrões, à desconstrução de entendimentos que são retrógrados e que fazem com que pessoas pertencentes a grupos historicamente marginalizados sejam excluídas da sociedade”, realçou.

A especialista também ressaltou que a comunicação tem um papel fundamental para desconstrução de discursos de ódio. “Reconhecendo o papel da comunicação, do nosso papel individual, enquanto cidadãos e cidadãs desse território, e essa é a importância de que a gente também entenda que nós somos seres humanos antes de tudo e que nós reproduzimos todos esses padrões discriminatórios em maior ou menor grau”.
O diretor de produção do Alerta Cidade, George Naylor, falou sobre a importância de promover o letramento para a imprensa. “Eu acho que a gente só tem a ganhar e evoluir na comunicação em si. E o Acre se torna um pioneiro, um destaque, em trazer esse tipo de informação, uma palestrante de renome nacional, para poder aprimorar o trabalho feito pelos comunicadores acreanos”, disse.

O chefe da Divisão de Promoção dos Direitos das Pessoas LGBTI+ da SEASDH, Germano Marino, enfatiza que a iniciativa surgiu por meio de uma recomendação do MPF prevista no plano de ação de 2025, que prevê a realização de oficinas voltadas à abordagem da temática LGBTQIA+ na mídia.
“Nasceu aí então essa necessidade de fazer esse letramento tão importante para os comunicadores, e o governo do Estado, juntamente com a SEASDH, com o apoio da Secretaria de Estado de Comunicação, trouxe a doutora Luanda Pires, uma especialista do direito antidiscriminatório. Isso faz com que a gente possa compartilhar experiências para uma sociedade mais inclusiva, em respeito e à valorização aos direitos humanos da população LGBTQIA+ do Acre, principalmente vítimas que são abordadas na imprensa local, nos meios de comunicação, em matérias jornalísticas”, explicou.

Representando a Secom, o editor-chefe da Agência de Notícias do Acre, Elenilson Oliveira, disse que o momento em que vivemos a comunicação e a informação se disseminam com uma velocidade impressionante.
“No entanto, ouvir atentamente o outro, respeitar a diversidade e manter o compromisso com a verdade ainda são grandes desafios para o jornalismo e para a comunicação como um todo. Na Secom, acreditamos que a diversidade não é apenas uma pauta; ela deve ser uma prática diária. Precisamos desenvolver esse olhar atento para o próximo, fortalecer a nossa democracia e aproximar o Estado da população”, evidenciou.

Comunicadores, repórteres, assessores, jornalistas, servidores públicos e representantes da sociedade civil compareceram, fortalecendo a importância do encontro.
“Nesse contexto de violação de direitos humanos, a imprensa tem um papel fundamental para promover um debate responsável, ético e saudável sobre as diferentes identidades de gênero e orientações sexuais. Essa abordagem não pode ser descuidada, tendenciosa ou estigmatizada, e jamais deve utilizar as dores da população LGBTQIA+ como forma de monetização”, salientou o representante da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do MPF, Luís Braidi.
Também participou da palestra a defensora pública Clara Rubia Roque; a integrante do Observatório de Gênero do Ministério Público (MPAC), Ruby Rodrigues; o representante do Sindicato dos Jornalistas do Acre, Kennedy Luis, e o presidente da Comissão da Diversidade da Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Acre, Lucas Guimarães.
Pesquisas recentes mostram que ainda existem práticas sensacionalistas e inadequadas na cobertura jornalísticas sobre pessoas LGBTQIA+ no Acre, utilizando termos pejorativos, exposição de corpos violentados e ênfase em “escândalos”. Esses comportamentos ferem a dignidade humana, contrariam o Código de Ética dos Jornalistas (Fenaj) e reforçam a LGBTfobia estrutural.
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