Um gesto de solidariedade transformou a manhã desta quinta-feira, 9, no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (Hemoacre) em um ato de esperança. Para ajudar a colega de farda Jéssica Moura, que enfrenta pela segunda vez uma leucemia, os alunos-oficiais do Curso de Formação de Oficiais (CFO 2024/25) da Polícia Militar do Acre (PMAC) deixaram a rotina de treinamento para doar sangue e se cadastrar como doadores de medula óssea.
A iniciativa partiu dos próprios militares em um movimento marcado por união e empatia. Jéssica, que havia superado a doença no ano passado, quando a turma ainda estava em Minas Gerais, agora enfrenta uma nova etapa do tratamento e aguarda, em solo mineiro, a chance de encontrar um doador compatível.
A ação reforça a importância da doação contínua para manter os estoques de sangue do estado. A aluna-oficial Fátima Madeiro, uma das participantes, conta que o movimento começou por Jéssica, mas ganhou um propósito coletivo. “Viemos ao Hemoacre motivados pela situação da Jéssica, mas entendemos que esse gesto vai muito além dela. Quanto mais pessoas vierem, maiores as chances de encontrar compatibilidade e de ajudar não só nossa amiga, mas também outros pacientes em todo o Brasil”.
Fátima explica que o cadastro para doação de medula é simples. “Você não doa diretamente para alguém específico. O seu nome entra num banco nacional e, se for compatível com alguém, é chamado. Isso amplia as chances de salvar vidas”, destaca.
A iniciativa emocionou também a presidente do Detran/AC e policial militar, Taynara Martins, colega de farda e amiga de Jéssica. Ela destacou que o ato de doar é uma forma concreta de amor. “Estamos aqui por um ato de amor. Talvez quem esteja lendo não saiba, mas um simples gesto pode salvar uma vida, seja a da Jéssica, seja a de outra pessoa. É fácil ser doador, e esse gesto pode trazer um final feliz para alguém”, disse Taynara, emocionada.
A coordenadora de Captação de Doadores do Hemoacre, Quésia Nogueira, elogiou a atitude dos alunos e lembrou que a doação de sangue deve ser uma prática contínua, e não apenas em momentos de comoção.
“O estoque de Hemocomponentes é bastante dinâmico e a necessidade, diária, para pacientes com câncer, dentre eles a leucemia, traumas e outras condições que precisam de transfusões. Para manter o estoque estável, precisamos de 40 a 50 doações diárias, mas há dias em que recebemos apenas 12. Isso compromete a segurança dos pacientes”, explicou.
Ela destacou, ainda, a importância da doação de plaquetas, que têm validade de apenas cinco dias. “Mais importante que termos 200 doadores em um único dia, é podermos contar com pessoas comprometidas em doar regularmente. A necessidade é hoje, mas continuará existindo daqui a uma semana, um mês, dois”, reforçou.
Para doar sangue, basta estar saudável, ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50 kg. Para se cadastrar como doador de medula óssea, é preciso ter entre 18 e 35 anos e comparecer ao Hemoacre para uma coleta simples de 5 ml de sangue. O material é incluído no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que cruza informações com pacientes de todo o país.
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