Durante a sessão desta terça-feira (7), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) fez um discurso em defesa dos professores e professoras aposentados que tiveram direitos retirados e também abordou temas da política internacional, destacando a repercussão do telefonema feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Lula.
O parlamentar iniciou sua fala saudando as delegações presentes nas galerias, entre elas representantes do movimento Cabeça Branca, formado por trabalhadores e trabalhadoras em educação, e uma delegação de estudantes do curso de Ciências Jurídicas e Políticas da Universidade Amazônica de Pando, que visitaram a Casa do Povo.
Edvaldo ressaltou a importância da mobilização dos educadores e denunciou o que classificou como uma das maiores injustiças cometidas contra a categoria:
“Esses profissionais tiveram subtraído um direito que nunca, em nenhum governo, desde a construção do Plano de Cargos, Carreiras e Salários conquistado ainda no governo de Flaviano Melo, após uma greve de mais de 70 dias havia sido mexido. De lá até esta data de triste memória, ninguém tinha tido a coragem de cometer a covardia que cometeram com essas professoras e com esses professores”, afirmou.
Segundo o oposicionista, a medida afetou principalmente professores aposentados, que dedicaram a vida à educação acreana e hoje sofrem as consequências de uma decisão injusta.
“Atingiram de forma covarde aqueles que passaram a vida inteira alfabetizando crianças, cuidando dos filhos dos outros, muitas vezes deixando os seus próprios aos cuidados de vizinhos. Esses educadores não mereciam um tratamento tão desumano”, lamentou.
Edvaldo Magalhães também cobrou o cumprimento da promessa de reparação feita pelo governo.
“Disseram que iriam corrigir a injustiça, mas até hoje isso não aconteceu. Tenho certeza de que essas galerias estarão lotadas na discussão do Orçamento do Estado, porque será a última chance de corrigir esse erro com quem tanto contribuiu para o Acre”, destacou.
O deputado ainda parabenizou os estudantes da Universidade Amazônica de Pando pela visita à Aleac, ressaltando a importância da integração entre o Acre e o país vizinho.
“A presença de vocês aqui é uma demonstração da necessária e permanente relação diplomática e de amizade que o Acre mantém com nossos vizinhos bolivianos. Sejam sempre bem-vindos”, disse.
Na segunda parte de seu discurso, Magalhães abordou a ligação telefônica feita por Donald Trump a Lula, fato que classificou como de “repercussão internacional”. O parlamentar afirmou que o episódio simboliza o reconhecimento da soberania do Brasil e da postura altiva do presidente Lula nas relações internacionais.
“Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Trump, pegou o telefone e ligou para o presidente Lula. Essa iniciativa dele traz uma grande reflexão. Aqueles que ainda estão cegos pelo extremismo e pelo bolsonarismo doentio deveriam pensar muito sobre isso. O que foi premiado ontem foi a altivez, a defesa do país, a soberania nacional”, ressaltou.
Edvaldo criticou duramente os que, segundo ele, “traíram a pátria” ao pedir intervenção estrangeira ou sanções contra o Brasil.
“Aqueles que foram aos Estados Unidos pedir sanções contra o próprio país ficaram, como diz minha mãe, com a cara de tacho. O episódio mostrou que quem defende o Brasil é respeitado. O leão do norte, que sempre rugiu forte, desta vez ligou pedindo reabertura das negociações com o Brasil”, ironizou.
O deputado concluiu dizendo que a economia e o respeito internacional devem se sobrepor a divisões ideológicas.
“Os americanos estão pagando mais caro pelo café da manhã porque falta o café e a carne brasileira. É de economia que se trata, não de ideologia maluca. A roda da história gira, e quem traiu o país vai amargar a derrota”, finalizou.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale