A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) anunciou oficialmente uma situação de escassez crítica dos recursos hídricos no Rio Madeira, localizado na Amazônia, com validade até 30 de novembro de 2023. Essa declaração foi motivada pelas preocupações do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) sobre a grave seca na Região Norte do Brasil, que ameaça o fornecimento de energia elétrica aos estados do Acre e Rondônia.
A situação na Bacia do Rio Madeira é particularmente alarmante. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relatou uma escassez de chuvas na bacia Amazônica em setembro, resultando na paralisação da usina hidrelétrica Santo Antônio em 1º de outubro. Nas três principais estações fluviométricas do Rio Madeira, os níveis estão abaixo da média em 95% das medições. Porto Velho, em Rondônia, viu o nível do rio atingir o seu ponto mais baixo em 56 anos.
O Rio Madeira é vital para as comunidades ribeirinhas e uma rota de transporte essencial na região, fazendo parte do Corredor Logístico Norte. No entanto, a diminuição do nível de água no rio Amazonas, um fenômeno considerado anormal, tem causado a desaparição de rios e igarapés, alterando drasticamente a paisagem. As perspectivas não são otimistas, com previsões indicando atrasos nas chuvas e uma estação chuvosa mais seca do que o normal. Especialistas alertam que essa crise pode se estender a 2024.
Como resposta a essa situação crítica, o estado do Amazonas já declarou "emergência ambiental" em 55 dos 62 municípios desde 30 de setembro, de acordo com a Defesa Civil.