No último dia 9 e 10 de outubro, a Polícia Federal, em colaboração com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), desencadeou a Operação Metal Líquido. Essa operação foi projetada com o objetivo de conter a extração ilegal de minério de ouro nas águas do Rio Madeira, na capital rondoniense. A ação, que contou com a participação de 60 policiais federais de oito estados e servidores do Ibama, apoiada por uma aeronave tática da PF, concentrou-se na inutilização de 144 dragas usadas por garimpeiros na região.
O artigo 101, V, do Decreto 6.514/2008, que descreve medidas administrativas para infrações ambientais, prevê a destruição ou inutilização de produtos, subprodutos e instrumentos utilizados em práticas ilegais. Isso visa prevenir novas infrações, salvaguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo administrativo.
O garimpo de ouro frequentemente utiliza mercúrio, um metal pesado altamente tóxico, para separar o ouro do sedimento. Esse metal pesado se acumula nos organismos vivos, causando danos irreversíveis ao sistema nervoso e até levando à morte.
Cesar Guimarães, Superintendente Regional do Ibama, destacou que cada balsa de garimpo emite uma quantidade significativa de poluentes e contamina o ambiente com mercúrio. Além disso, estudos conduzidos pela Polícia Federal revelaram níveis alarmantes de contaminação entre as populações locais que dependem da água e dos peixes da região. Os índices encontrados superaram em três vezes o limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde. Não apenas o contato direto com o mercúrio é prejudicial, mas também a liberação de vapor que pode afetar a água do rio e o solo de suas margens.
A Operação Metal Líquido conseguiu atingir seu objetivo de reduzir a atividade de mineração nos rios do estado, contribuindo para evitar prejuízos à população e proteger o meio ambiente. No ano de 2021, 121 dragas foram destruídas, o que evitou a liberação de cerca de 450 kg de mercúrio na natureza.