A luta por equidade racial e social contou com a participação da deputada estadual Ieda Chaves (União Brasil) em eventos voltados à comunidade negra. Na última quinta-feira (11), a parlamentar esteve na Audiência Pública “Reparação e Bem Viver para Mulheres Negras em Rondônia”, realizada no auditório Amizael Gomes da Silva, na Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero). Já nesta sexta-feira (12), a deputada marcou presença na concentração e na 1º Marcha das Mulheres Negras Estadual, que percorreu diversas vias até a Praça das Três Caixas D’Água, em Porto Velho.
Durante a audiência, a parlamentar reforçou a necessidade de união para combater o racismo e a violência, ressaltando a importância de levar o tema ao Congresso Nacional. “Quero me colocar à disposição como parlamentar para nos unirmos. Essa luta não é só de vocês, é nossa. Somos todos irmãos”, afirmou.
Em seu discurso, Ieda Chaves demonstrou emoção ao citar dados alarmantes do Anuário de Segurança Pública (2025), que revelam que oito em cada dez pessoas mortas pela polícia eram negras e que 63,6% das mulheres vítimas de feminicídio no ano passado também eram negras. “Esses números não são estatísticas frias. Representam vidas interrompidas, existências silenciadas”, disse a parlamentar, sublinhando a gravidade da situação.
Maior índice
A deputada expressou surpresa e preocupação ao ser informada de que Rondônia é o segundo estado com os maiores índices de racismo do país, classificando a informação como uma falha pessoal por ocupar uma posição de poder. Ela concluiu sua fala com um desejo de futuro no qual eventos como este não sejam mais necessários e a superação do racismo se torne realidade. “Vamos continuar construindo uma Rondônia antirracista e de bem-estar — por nós, por nossas filhas e por todas aquelas que virão depois”, comprometeu-se Ieda Chaves.
Reparação e Bem Viver
De acordo com a coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Rosa Negra, Reparação e Bem Viver são fundamentais para o movimento negro, pois buscam corrigir injustiças históricas sofridas pelas mulheres negras — garantindo direitos, igualdade, justiça, respeito e vida digna.
“Estamos em marcha por essa reparação, por tudo que vem acontecendo em Rondônia, o estado mais racista do Brasil. Nós estamos aqui pela vida, pois a cada 23 minutos um/a jovem negro morre. Lutamos para que a juventude continue viva. Precisamos dialogar com a Segurança Pública, com nossos governantes e com aqueles que ocupam espaços de poder”, destacou.
Marcha das Mulheres Negras
A Marcha das Mulheres Negras é um movimento político e social que reúne mulheres de diversas origens para lutar contra o racismo, a violência e pela garantia de direitos. A edição nacional, prevista para 25 de novembro de 2025, em Brasília, reunirá quilombolas, ribeirinhas, periféricas, acadêmicas e trabalhadoras.
Serviço
Para acompanhar, acesse o instagram (@marchamulheresnegrasro).
Texto: Etiene Gonçalves
Foto: Rafael Oliveira - Secom/Alero
Foto: Divulgação