Em uma reunião realizada na manhã desta quarta-feira (10), o presidente Rodrigo Matterazzi e a vereadora Prof.ª Silvana Perin se comprometeram a trabalhar pela implantação da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nos órgãos públicos municipais. O encontro contou com a presença de Sirlene Inácio Costa, presidente da Associação dos Surdos de Sorriso (Assor), e da intérprete Daniela Bieleski.
A principal pauta foi a garantia de acessibilidade para a comunidade surda em serviços essenciais, como atendimentos na prefeitura e na Câmara Municipal. Durante a conversa, foram levantadas ideias inovadoras, como a utilização de videochamadas via WhatsApp para facilitar a comunicação imediata entre surdos e servidores públicos, evitando a necessidade de deslocamento sempre que possível.
"Podem ser feitos por um vídeo chamada. A pessoa, com o celular, faz uma videochamada e consegue se informar e se comunicar", sugeriu a presidente, destacando a praticidade da ferramenta já disponível.
O presidente Rodrigo Matterazzi demonstrou sensibilidade ao tema e afirmou que a acessibilidade deve ser pensada desde a concepção de novas obras públicas. "Temos que começar a falar disso antes de construir, já pensar no cadeirante, no surdo, em todos. Estamos fazendo um prédio novo [para a Câmara], então já podemos adaptar todas essas situações", declarou Matterazzi, referindo-se ao novo prédio da Câmara.
A vereadora Silvana Perin se colocou à disposição para viabilizar a demanda por meio de legislação. "Vamos fazer um requerimento na Câmara pedindo que a prefeitura coloque intérpretes de Libras", afirmou a parlamentar.
Desafio da Invisibilidade
A presidente da Assor, Sirlene Inácio Costa, explicou que a dificuldade de comunicação é a maior barreira enfrentada pela comunidade. "Eles vão aos lugares e não conseguem se comunicar porque não há intérpretes", relatou.
Questionada sobre o tamanho da comunidade surda no município, a representante da associação estimou existirem cerca de 95 pessoas com deficiência auditiva, mas alertou para a subnotificação. “Muitos deles a gente não têm contato. Muitas crianças e os mais velhos ficam em casa, ninguém fica sabendo", disse Sirlene, destacando que o número real pode ser maior, pois muitos vivem em isolamento devido à falta de acessibilidade.
O próximo passo, acordado entre as partes, é a formatação de um projeto viável para a contratação de intérpretes e a inclusão de medidas de acessibilidade comunicacional no projeto do novo plenário da Câmara Municipal. O encontro marca o início de um esforço municipal para garantir que o direito à comunicação e à informação seja estendido a todos os cidadãos.