O rio Madeira voltou a ultrapassar a cota de um metro no domingo (3) após mais de um mês batendo recordes de mínimas históricas. De acordo com Serviço Geológico do Brasil (SGB), em setembro, o nível do rio chegou a 96 centímetros, o menor desde o início do monitoramento em 1967, e, em outubro, atingiu seu ponto mais crítico, marcando apenas 19 centímetros.
De acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), as chuvas nas cabeceiras do rio, na Bolívia, vêm contribuindo para a recuperação gradual do nível das águas, pois cerca de 70% da vazão do rio Madeira vêm das regiões de cabeceira na Bolívia e no Peru.
O Porto de Porto Velho, uma das principais rotas de escoamento do Norte, permanece com operações limitadas desde o final de setembro. As rotas Porto Velho–Itacoatiara (AM), Porto Velho–Manaus (AM) e Porto Velho–Santarém(PA) foram fortemente impactadas.
O baixo volume afetou a Hidrelétrica de Santo Antônio, que precisou paralisar parte das unidades geradoras e funciona com apenas 14% das turbinas.
A seca extrema também alterou a realidade de famílias ribeirinhas que vivem às margens do rio Madeira, algumas sobreviviam com menos de 50 litros de água por dia em razão estiagem extrema em Rondônia.
Neste cenário, os peixes, principal fonte de subsistência das família ribeirinhas, desapareceram. Ao invés de pescar e vender, os pescadores compram peixe de outras regiões para conseguir se alimentar.
Durante o nível mais crítico, pescadores tiveram que criar "corredores" na lama em meio ao deserto que se formou onde antes era o rio Madeira.
Mín. 23° Máx. 35°