Durante a sessão ordinária desta terça-feira (1º), a deputada Antônia Sales (MDB) fez um pronunciamento em defesa dos agricultores e produtores rurais do Acre, especialmente os que vêm sendo penalizados por ações fiscalizatórias do Ibama e do ICMBio. A parlamentar destacou o papel essencial desses trabalhadores para a segurança alimentar do estado e repudiou os abusos cometidos contra eles.
“Eu também quero participar do tema em pauta, principalmente quando se trata dos nossos agricultores, esse povo de mão calejada que luta de sol a sol para levar o sustento à sua família e ainda colocar comida na mesa de todo cidadão acreano. O que seria de nós sem eles?”, questionou. Ela destacou que muitas pessoas que vivem na zona urbana não têm condições de produzir seu próprio alimento e dependem diretamente da produção rural.
Antônia Sales se solidarizou com os agricultores que tiveram bens apreendidos e propriedades embargadas. “Foram ataques abusivos, vergonhosos, de agentes do Ibama e do ICMBio. Esses órgãos deveriam ser parceiros do nosso povo, não opressores. São pagos com o suor do povo trabalhador e precisam tratar o cidadão com respeito”, afirmou.
Em seguida, a parlamentar criticou as políticas ambientais que, segundo ela, impedem os pequenos produtores de trabalhar com dignidade. “Há muita vontade de trabalhar, mas não podem por causa das leis duras e pesadas que criminalizam este povo tão querido, tão sofrido, que são nossos agricultores rurais”, disse.
Ela também responsabilizou interesses internacionais pelas restrições impostas à produção. “Temos os interesses das multinacionais, dos países ricos, que já derrubaram toda a sua vegetação e agora querem respirar com o oxigênio da Amazônia do nosso país. Eles destruíram tudo e agora sujeitam o nosso povo à miséria e à pobreza, exigindo do presidente Lula leis mais duras, que não se derrube nada. Mas não oferecem alternativas, não concedem maquinários para que o produtor possa trabalhar sem desmatar”, denunciou.
Antônia Sales ainda chamou atenção para a falta de regularização fundiária, o que impede os produtores de acessar crédito e políticas públicas. “Eles não têm título da terra, não podem fazer empréstimos, não podem comprar nada. Falta muita coisa”, alertou.
Por fim, a deputada cobrou posicionamento firme do governo estadual. “Precisamos apontar o dedo também para o nosso governador. Lá em Rondônia, o governador comprou a briga e está defendendo os produtores. Aqui, precisamos da mesma atitude. A região Norte precisa ser respeitada”, concluiu.
Texto: Andressa Oliveira
Foto: Sérgio Vale