Na noite de ontem, 22 de junho, moradores de diversas cidades de Rondônia, incluindo Buritis, Machadinho do Oeste, Jaru, Cujubim, Cacaulândia e Theobroma, ficaram impressionados com a aparição de uma bola de fogo nos céus. O fenômeno rapidamente gerou especulações e teorias variadas entre os residentes locais. Algumas pessoas sugeriram que poderia ser um avião em chamas, enquanto outras acreditavam se tratar de um cometa.
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Entrar no grupoUm portal de notícias chegou a noticiar que a bola de fogo era o cometa 13P/Olbers, um corpo celeste com um período orbital de 69 anos. No entanto, essa informação está incorreta. O cometa 13P/Olbers, embora real, é muito fraco para ser observado a olho nu e só pode ser visto com a ajuda de binóculos ou telescópios. Este cometa já ultrapassou uma magnitude de 8, tornando-se gradualmente mais brilhante, mas ainda assim, sua observação requer equipamentos específicos devido à sua luminosidade difusa.
Para os entusiastas da astronomia, aplicativos como Sky Tonight podem ajudar a localizar e observar o cometa 13P/Olbers com um telescópio de quintal. É importante lembrar que cometas, mesmo quando atingem magnitudes aparentes, parecem mais fracos do que estrelas de brilho semelhante, pois sua luz é dispersa pela coma e cauda.
Voltando ao fenômeno avistado em Rondônia, a explicação mais provável não está nos céus distantes, mas bem mais próxima da Terra. Conversamos com um estudante de astronomia que descartou a hipótese de cometa e sugeriu que a bola de fogo era, na verdade, lixo espacial reentrando na atmosfera terrestre. A coloração alaranjada do fogo indica que o objeto já estava queimando na atmosfera da Terra, onde o oxigênio permite a combustão visível.
Lixo espacial pode incluir pedaços de satélites desativados, estágios de foguetes ou outros fragmentos resultantes de colisões em órbita. Ao reentrar na atmosfera, esses detritos queimam devido ao atrito com o ar, criando o espetáculo luminoso que tantos em Rondônia testemunharam.
Portanto, a bola de fogo que cruzou os céus de Rondônia não era um presságio celeste ou um cometa exótico, mas sim um lembrete do crescente problema do lixo espacial, que ocasionalmente reentra na atmosfera terrestre em espetáculos de luz que capturam a imaginação – e a preocupação – dos observadores em terra.