Em uma decisão que já começou a impactar grandes plataformas de e-commerce como Shopee, Shein e AliExpress, o Senado aprovou nesta quarta-feira (5) a taxação de compras internacionais. Conhecida popularmente como "taxa das blusinhas", a medida impõe um tributo de 20% sobre essas vendas, gerando uma reação imediata entre os vendedores estrangeiros.
A aprovação da taxação foi simbólica, sem registro de voto no painel eletrônico. O objetivo foi evitar desgaste político para os senadores, especialmente em um ano de eleições municipais.
A polêmica taxação foi adicionada ao projeto durante sua tramitação na Câmara dos Deputados. Originalmente, o texto tratava do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado a reduzir as taxas de emissão de carbono da indústria automotiva até 2030. No entanto, uma votação separada no Senado foi necessária depois que o relator, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), havia excluído a medida do texto inicial. Com a proposta de retomada do imposto pelo governo, a "taxa das blusinhas" acabou sendo aprovada.
A reação foi imediata. Cerca de 300 vendedores da Shein, temendo a perda de mercadorias e dinheiro devido à nova taxação, retiraram seus produtos do marketplace do aplicativo para a região do Brasil. Itens como capas de celular, blusas, shorts, lingeries, meias, carregadores, vestidos e saias foram removidos por estes vendedores, afetando significativamente a oferta disponível para os consumidores brasileiros.
A "taxa das blusinhas" tornou-se um tema altamente controverso, refletindo a popularidade das pequenas compras internacionais entre os consumidores brasileiros. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), manifestou-se a favor da taxação e demonstrou sua insatisfação quando, na terça-feira (4), o Senado adiou a votação por falta de consenso. Lira alertou que, se a taxação fosse derrubada, o programa Mover também correria risco de ser prejudicado.
A retirada dos produtos por parte dos vendedores da Shein destaca a incerteza e os desafios que a nova medida traz para o comércio eletrônico no Brasil. Para muitos consumidores, as compras internacionais ofereciam uma alternativa acessível a produtos que, no mercado local, costumam ter preços significativamente mais altos. Agora, com a imposição do tributo, o cenário do e-commerce no país enfrenta um momento de transformação e adaptação.
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