
O conselho tutelar é de extrema relevância para a proteção dos direitos das crianças e adolescentes, e a eleição de seus membros é um processo que merece ser conduzido de forma organizada e transparente. No entanto, este ano, os eleitores de Porto Velho viram-se diante de uma situação desorganizada e caótica.
Uma das questões controversas desta eleição é o fato de que ela não é obrigatória, mas mesmo assim atraiu um grande número de eleitores que foram determinados para escolher seus representantes no Conselho Tutelar. Isso resultou em escolas superlotadas e longas esperas para votar.
Além disso, a campanha para a eleição do Conselho Tutelar esteve envolta de uma atmosfera política que parecia deslocada da realidade. Grupos políticos poderosos parecem ter utilizado a eleição do Conselho Tutelar como um teste para suas bases, visando as eleições municipais de 2024. Os candidatos a conselheiro tutelar contaram com estruturas de campanha dignas de uma eleição municipal o que colocaram muitos concorrentes em situação de desvantagem.
Diversos políticos lançaram candidatos ao Conselho Tutelar e determinaram a suas equipes a missão de garantir a eleição desses representantes. Essa atitude, embora não ilegal, expressou questionamentos sobre a independencia e imparcialidade que os membros do Conselho Tutelar deveriam ter em relação às influências políticas.
A eleição do Conselho Tutelar, que deveria ser um processo democrático e transparente para escolher representantes que atuam na proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes, acabou se transformando em um espetáculo político que desviou o foco de sua verdadeira missão.