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Privado com verba pública? Site de Buritis levanta suspeitas de uso indevido da máquina pública

População questiona: por que um site privado tem acesso prioritário a recursos da prefeitura?

Redação
Por: Redação
23/05/2025 às 14h58
Privado com verba pública? Site de Buritis levanta suspeitas de uso indevido da máquina pública

O site MK Buritis, identificado como veículo de comunicação noticioso local e cujo representante atua também em órgãos do Poder Executivo Municipal, é alvo de críticas e questionamentos jurídicos após denúncias envolvendo o uso de equipamentos públicos, horários de expediente da administração e fontes oficiais da prefeitura para alimentar sua página privada e redes sociais associadas.

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De acordo com relatos apurados, equipamentos pagos com recursos dos cofres públicos — provenientes da arrecadação de impostos dos próprios cidadãos de Buritis — teriam sido utilizados pelo site durante o horário de trabalho para produção de conteúdo publicado primeiramente em canais privados, antes mesmo da divulgação oficial por parte do Departamento de Comunicação (DECOM) da Prefeitura de Buritis.

(Captura de tela | Matéria publicada antes mesmo da propria prefeitura)

Possível quebra de princípios constitucionais

A situação levanta sérias preocupações quanto à violação dos princípios constitucionais da administração pública, especialmente o princípio da impessoalidade, previsto no artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988, que estabelece:

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“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...].”

A impessoalidade proíbe que agentes públicos utilizem sua posição para autopromoção ou promoção de terceiros, o que se aplica também à veiculação de conteúdos de interesse particular utilizando canais ou recursos da administração.

Além disso, a utilização de equipamentos, tempo de expediente e dados institucionais para fins particulares pode configurar, em tese, improbidade administrativa, conforme define o art. 11 da Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), ao tratar de atos que atentam contra os princípios da administração pública.

Outro ponto observado foi a antecipação de imagens e vídeos de agendas oficiais do prefeito municipal, que foram veiculadas primeiramente no MK Buritis, mesmo sendo material produzido com recursos oficiais. 

O site também foi visto acompanhando o prefeito Valtair Fritz em diversas agendas públicas, inclusive trajando o uniforme da empresa privada em situações oficiais.

(Captura de tela redes sociais | Proprietario na sala do prefeito, utilizando o uniforme de sua empresa)

Esse tipo de conduta pode, mais uma vez, ser enquadrado como desrespeito ao dever de impessoalidade e de separação entre o público e o privado.

Analogia e questionamento público

A situação é comparada por alguns moradores a um exemplo simbólico: seria como se um secretário usasse o carro da prefeitura para ir ao mercado, levar os filhos à escola e ainda fazer fretes — o que configura uso indevido de bem público. O caso ganha ainda mais repercussão diante do contexto financeiro do município, que enfrenta dificuldades orçamentárias e frequentemente justifica cortes sob o argumento da contenção de despesas.

Ação da imprensa local

A Gazeta Buritis, em respeito ao princípio da prudência jornalística, optou por não publicar anteriormente denúncias semelhantes, mesmo diante de relatos e evidências, na tentativa de evitar conflito direto. No entanto, diante da reincidência das práticas e do crescente questionamento público sobre o favorecimento de um veículo privado com recursos públicos, a redação considerou necessário informar a população e levantar o debate.

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