Desde a pandemia, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vem pagando cada vez mais benefícios a pessoas com doenças mentais por vício em álcool e em jogos. Em três anos, esses repasses aumentaram em 37% e em 350%, respectivamente.
No ano passado, o INSS pagou 4,3 mil benefícios por alcoolismo, ante 3,6 mil em 2022, uma alta de 19,5%. Antes disso, em 2021, foram 3,3 mil repasses, e 3,1 mil em 2020, primeiro ano da pandemia.
Dos 4,3 mil pagamentos em 2023, 3,4 mil, o equivalente a 78%, foram destinados ao auxílio-doença. A Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) que trata da doença é “transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool”.
Os números relativos a pessoas viciadas em jogos são tímidos: 36 repasses em 2023. A cifra, contudo, não para de subir. Em 2020, eram oito. Em 2021, dez. Em 2022, 11. Todos os pagamentos feitos pelo INSS foram para auxílio-doença. Os documentos foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.
O transtorno “jogo patológico” acontece quando há “episódios repetidos e frequentes de jogo que dominam a vida do sujeito, em detrimento dos valores e dos compromissos sociais, profissionais, materiais e familiares”, segundo o Ministério da Saúde.
As apostas esportivas foram regulamentadas no país no mês passado. Até então, as empresas abrigavam seus sites no exterior e não pagavam impostos para operar. O governo federal investirá 1% do valor arrecadado na saúde.
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