A população do Rio Grande do Sul tem vivenciado uma série alarmante de ciclones extratropicais nos últimos três meses. Com o mais recente ocorrido entre esta terça e quarta-feira (27 de setembro), já são nove ocorrências registradas, gerando preocupações e desafios para a região.
Nos meses de junho e agosto, o estado testemunhou a passagem de um ciclone em cada mês. Em julho, foram contabilizados três, e em setembro, já somam quatro ocorrências. Esses eventos, que costumam se formar no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, têm raízes no contraste de temperaturas das massas de ar quente e frio que convergem sobre a região.
O ar frio, proveniente da Argentina e do Uruguai, encontra-se com o ar quente e úmido que é empurrado do centro do continente, influenciado pelo fenômeno El Niño. O resultado desse choque térmico é a formação de ciclones extratropicais que se deslocam em direção ao oceano.
Marcelo Schneider, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica: "O contraste térmico entre o Sul do continente e a Região Central do Brasil, que vem enfrentando temperaturas elevadas, e a intensificação do El Niño justificam essas chuvas mais intensas e a formação de ciclones que se deslocam para alto-mar."
O El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e, segundo a Climatempo Meteorologia, é esperado que ganhe força durante a primavera, aumentando a probabilidade de mais ciclones e sistemas de baixa pressão atmosférica se formarem, resultando em chuvas intensas sobre o Rio Grande do Sul.
Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, alerta: "É preciso lembrar que a primavera é uma estação de eventos de chuva forte sobre o Sul, mesmo sem El Niño. Este fenômeno ainda vai ganhar força até o fim do ano. As mais recentes análises dos principais centros de monitoramento apontam um enfraquecimento apenas no outono de 2024."
Com o volume significativo de chuva já registrado no estado, a previsão é que a precipitação continue acima da média histórica nos meses de outubro, novembro e dezembro. Isso aumenta o risco de eventos como cheias, inundações e transtornos para a população gaúcha, exigindo uma vigilância contínua das autoridades e a preparação da comunidade para enfrentar esses desafios climáticos imprevisíveis. Segue abaixo imagens de Porto Alegre no dia de ontem (27).,
🃠Meio Ambiente | Atualização
— Ceic Porto Alegre (@CEIC_POA) September 27, 2023
A Orla do Guaíba está parcialmente interditada nos trechos 1 e 3, em razão da elevação do lago. Os agendamentos dos equipamentos esportivos estão suspensos.
Recomenda-se que a população evite circular em todas as áreas, até o recuo da água. pic.twitter.com/eewEyqj7Rg