Mais de 20 anos após o parricídio que abalou o país, Andreas von Richthofen, irmão de Suzane Louise von Richthofen, enfrenta um turbilhão de problemas financeiros decorrentes da herança estimada em quase R$ 10 milhões. A lista de bens incluía carros, terrenos, imóveis e valores em contas correntes e aplicações, mas hoje essa herança se tornou uma bola de dívidas, somando cerca de R$ 500 mil.
Em uma batalha judicial com a irmã, Andreas herdou seis casas, mas a gestão desse patrimônio tem sido marcada por desafios. O débito de R$ 500 mil inclui atrasos em Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e condomínios, resultando em 24 ações na Justiça de São Paulo. Segundo levantamento, uma das residências, localizada na Rua Barão de Suruí, acumula R$ 48.524,07 em tributos atrasados.
A situação se agravou com invasões. Duas das casas foram alvo de "falsos sem-teto," que se instalaram através de usucapião, uma medida prevista na Constituição Federal que permite a aquisição de propriedades por posse prolongada e ininterrupta. Uma dessas casas, localizada no bairro Brooklin Paulista, está em risco iminente de invasão.
Andreas, desde o início da pandemia, optou por um isolamento voluntário em um sítio em São Roque. Sua difícil localização tem dificultado as notificações judiciais, pois ele vive sem telefone e internet. Oficiais da Justiça tentam encontrá-lo para notificá-lo sobre os processos em andamento, mas sem sucesso.
Amigos relatam que Andreas desapareceu completamente em janeiro de 2023, coincidindo com a liberdade condicional de Suzane, condenada a 40 anos de prisão por participar do assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002. "Andreas tem um misto de medo e amor pela irmã", diz um amigo, refletindo a complexidade do vínculo entre os dois.
Diante da recusa de Andreas em quitar as dívidas, os procuradores da cidade de São Paulo planejam ações para levar os imóveis à leilão.
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