A deputada estadual Cláudia de Jesus (PT), em articulação com sindicatos da saúde, demais parlamentares da Assembleia Legislativa e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), obteve a suspensão do processo de contratação de uma empresa privada que assumiria a gestão de unidades hospitalares, localizadas em Porto Velho. A decisão de suspensão foi do governo, após solicitação da Controladoria Geral do Estado. O controlador José Abrantes Alves de Aquino, justificou que havia riscos técnicos, econômicos e legais envolvidos em todo o processo.
O contrato, estimado em quase de R$ 600 milhões, previa o gerenciamento da estrutura física, de pessoal e a execução de serviços médico-hospitalares, incluindo o fornecimento de bens e insumos para o Hospital e Pronto Socorro João Paulo II (HPSJPII), a Unidade de Assistência Médica Intensiva (AMI) e o Hospital de Retaguarda de Rondônia (HRRO), conhecido como Hospital Regina Pacis.
“O estado, através do secretário de Saúde, ouviu o clamor dos trabalhadores, as insatisfações, os riscos. Foi uma decisão sensata. Agora temos a oportunidade de propor alternativas que não prejudiquem quem já está na linha de frente do SUS (Sistema Único de Saúde). Eu sempre defendi o concurso público, a estabilidade do trabalhador. Um estado rico é aquele que cuida das pessoas. A luta sindical é fundamental. Precisamos respeitar a diversidade e a luta de cada trabalhador”, comentou a deputada.
Na terça-feira (15), dezenas de servidores da saúde lotaram o gabinete da deputada na Assembleia Legislativa, manifestando preocupação com a proposta de terceirização das unidades hospitalares. Os profissionais defenderam a manutenção da gestão pública direta, alegando riscos à continuidade dos serviços e à estabilidade dos trabalhadores.
Em resposta, Cláudia de Jesus articulou uma reunião ampliada, realizada na quarta-feira (16), na Assembleia Legislativa que contou com a presença de trabalhadores, representantes sindicais e do secretário estadual de Saúde, coronel PM Jeferson Rocha. Nesse evento, Cláudia de Jesus solicitou a suspensão e o cancelamento do processo de terceirização.
Durante o encontro, a deputada reiterou a importância de preservar o caráter público do atendimento prestado à população e se comprometeu a levar a pauta para discussão na Comissão de Saúde e junto ao governo estadual. A mobilização dos servidores e a atuação parlamentar resultaram na suspensão do processo de terceirização, garantindo, por ora, a continuidade da gestão pública nas unidades hospitalares envolvidas.
Texto: Francisco Costa | Jornalista
Fotos: Assessoria Parlamentar