
Enquanto a Argentina se prepara para escolher seu próximo presidente, a nação enfrenta uma crise econômica avassaladora. Com uma inflação galopante, os argentinos estão buscando soluções radicais, como a ascensão de Javier Milei, um defensor do libertarianismo que promete reduzir a inflação por meio de cortes nos gastos públicos e uma mudança para o dólar. Pesquisas recentes mostram Milei liderando, mas o desafio é monumental para quem assumir o cargo em 10 de dezembro.
A herança econômica é desoladora, com previsões de inflação chegando a quase 200% até o final do ano e taxas de juros astronômicas de 130%, as mais altas do mundo. O banco central do país está praticamente sem reservas, e a Argentina deve 44 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Isolada dos mercados financeiros globais, a Argentina está recorrendo à impressão descontrolada de dinheiro para cobrir um crescente déficit orçamentário e busca empréstimos da China para sobreviver.
Com a desvalorização constante do peso argentino, os cidadãos estão recorrendo à criptografia para contornar os controles cambiais cada vez mais rígidos. O governo estabeleceu mais de uma dúzia de taxas de câmbio em relação ao dólar, criando um quebra-cabeça econômico para o próximo governo. Até mesmo a taxa de câmbio varia, desde a destinada aos produtores de soja até a peculiar taxa do Catar para os argentinos que assistiram à Copa do Mundo no país-sede.
Os efeitos colaterais da crise atingem diversos setores, incluindo a indústria automobilística, que enfrenta dificuldades para importar peças devido à escassez de dólares para pagar fornecedores estrangeiros. Empresas como Renault e GM tiveram que suspender temporariamente a produção, agravando ainda mais a crise econômica.