Nos últimos anos, veio à tona um esquema bilionário que explorava brechas nas leis brasileiras, prometendo uma vida fácil para pessoas com pouco acesso à informação. Contratos milionários com influenciadores eram a base desse empreendimento obscuro. A Blaze, uma das pioneiras nesse cenário, exigia que seus parceiros tivessem 500 mil seguidores no Instagram ou 10 milhões de visualizações no YouTube. Mas qual era o preço dessa parceria? Os lucros eram obtidos à custa das perdas dos seguidores e fãs influenciados.
Com a queda da Blaze, surgiram várias outras casas de apostas, como a PlayPix, Luva.bet, GoatBets e Bullsbet. O acesso a essas plataformas tornou-se mais fácil, sem a necessidade de um grande número de seguidores ou visualizações. Influenciadores passaram a receber compensações com base nas perdas dos jogadores. Na PlayPix, por exemplo, eles recebem 80% dos lucros gerados por seus clientes na forma de perdas. Uma segunda opção oferece um pagamento fixo de 90 reais por cliente, além de 20% de todas as perdas dos jogadores.
Prometendo uma vida fácil ou, no mínimo, mais estabilidade financeira, esses influenciadores atraem seguidores para um ciclo de "entrar, ganhar e perder". Salas de sinais supostamente oferecem segurança aos jogadores, mas, ironicamente, muitos deles acabam perdendo tudo. As plataformas fornecem esses sinais, mas o resultado final é desconcertante: perdas ao invés de ganhos.
A mensagem transmitida é clara: se você não surfar nessa onda de dinheiro fácil, é apenas mais um tolo no mundo, desperdiçando a vida maravilhosa. No entanto, grande parte dos milhões alardeados como ganhos revela-se como dinheiro sujo, obtido à custa daqueles que confiaram em influenciadores e plataformas de apostas.