
Em pronunciamento no Plenário na quarta-feira (17), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) defendeu a suspensão do recesso parlamentar para que o Congresso dê sequência à CPMI do INSS e o Senado instale a CPI do Banco Master que já conta com 34 assinaturas.
— Não podemos esquecer o escândalo monumental envolvendo o Banco Master, cujo rombo pode ultrapassar R$ 40 bilhões, e que está sendo blindado, por enquanto, pelo [Supremo Tribunal Federal] STF, e também aqui, porque eu tenho um pedido de CPI nesta Casa, há três semanas, que ainda não foi numerado nem lido, para que a gente possa buscar a verdade sobre isso, que também envolve gente muito poderosa. Chega de sigilo, chega de blindagem. Mais do que nunca, é fundamental a instalação da CPI do Banco Master, que já conta com o apoio de 34 senadores da República — afirmou.
O senador também destacou informações de um depoimento prestado por Edson Claro à Polícia Federal que, de acordo com ele, reforçam as investigações em curso da CPMI. Edson Claro era funcionário de confiança de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como peça central do esquema de fraudes que causaram prejuízos a aposentados e pensionistas.
Girão afirmou que o depoimento do ex-funcionário à Polícia Federal durou mais de 70 horas e resultou em mais de mil páginas de documentos, com relatos de operações financeiras, movimentação de recursos no exterior e criação de empresas fora do país. Segundo o senador, as informações indicam conexões entre investigados e levantam suspeitas sobre a prática de tráfico de influência em órgãos do governo federal.
— Em seu depoimento, relatou muitas operações de lavagem de dinheiro envolvendo a criação de empresas no exterior. Uma delas é outro lobby que funciona forte aqui dentro do Congresso Nacional, que é o lobby da World Cannabis, com o objetivo de comercializar produtos à base da maconha. Essa é uma das empresas em que há fortes indícios da possibilidade de Lulinha [filho do presidente Lula] atuar como sócio oculto, de forma a facilitar a movimentação junto ao Ministério da Saúde, aproveitando o tráfico de influência — disse.