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ALMT celebra 50 anos de descolonização de países africanos lusófonos e reforça compromisso com a igualdade racial

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta sexta-feira (12), sessão especial, no Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbou...

Redação
Por: Redação Fonte: Assembleia Legislativa - MT
12/12/2025 às 13h55
ALMT celebra 50 anos de descolonização de países africanos lusófonos e reforça compromisso com a igualdade racial
Foto: ANGELO VARELA / ALMT

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta sexta-feira (12), sessão especial, no Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbour, para homenagear os 50 anos de descolonização dos países africanos de Língua Portuguesa: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, e reforçou o compromisso do Parlamento com a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo.

Proposta pelo deputado Lúdio Cabral (PT), a homenagem integrou o calendário de celebrações do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. A solenidade reuniu autoridades, lideranças comunitárias, representantes de movimentos sociais e estudantes africanos, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que receberam Moções de Aplauso como reconhecimento à contribuição acadêmica e cultural para Mato Grosso.

Para o deputado Lúdio Cabral, o ato simboliza um gesto de reparação e memória histórica.

“O planeta tem uma dívida histórica com os povos africanos e com a população negra. Celebrar 50 anos da descolonização desses países e homenagear seus estudantes aqui na Assembleia Legislativa é reconhecer essa história e reforçar nosso compromisso com a igualdade racial, a justiça social e o Dia Nacional de Zumbi. É um gesto necessário e simbólico, que lembra ao Brasil que somos um país profundamente marcado pela herança africana”, afirmou Lúdio.

A sessão destacou as datas de independência das nações africanas lusófonas, todas conquistadas na década de 1970, em meio a fortes movimentos de resistência ao colonialismo europeu. O resgate desse marco histórico ganhou força ao ser representado por jovens que hoje constroem suas trajetórias acadêmicas em Mato Grosso. Entre eles, alunos da Guiné-Bissau, Angola e Moçambique que desenvolvem pesquisas em áreas como física ambiental, ciências econômicas, antropologia, enfermagem e direito.

Foto: ANGELO VARELA / ALMT
Foto: ANGELO VARELA / ALMT

Natural de Guiné-Bissau, a professora Lídia Dju, homenageada durante o evento, se emocionou ao relembrar sua trajetória e a importância do acolhimento.

“O Brasil se tornou minha segunda casa desde 2009, quando cheguei para estudar na UFMT. Aqui fui acolhida, construí minha vida na educação e encontrei um espaço para fortalecer o diálogo entre África e Brasil. Ser reconhecida hoje mostra que nossa presença tem valor e aproxima ainda mais nossas culturas”, destacou.

A solenidade também homenageou personalidades históricas que marcaram a resistência negra em Mato Grosso, como Tereza de Benguela, Mãe Bonifácia, Jejé de Oyá e Maria dos Santos Silva, mãe de Adileu Santos Nascimento, o adolescente Baby, assassinado em 1998 no Beco do Candeeiro.

Representando o movimento social, o presidente do Instituto Cultural das Etnias Ciganas de Mato Grosso e conselheiro nacional da Igualdade Racial, Marcos Gattass, destacou a necessidade de ampliar políticas públicas voltadas à população negra.

“A reparação passa por garantir equidade. A população negra ainda precisa de políticas que assegurem oportunidades reais e isso inclui avanços em educação, saúde, cotas e territórios tradicionais. A luta é diária, e eventos como este mostram que seguimos avançando”, afirmou.

Entre as vozes das comunidades tradicionais, a quilombola Terezinha Valéria da Silva, do Quilombo Mata Cavalo de Cima, reforçou a relevância do reconhecimento institucional.

“Para nós, mulheres quilombolas, esse reconhecimento é fundamental. Ele dá visibilidade às nossas comunidades e fortalece a luta por políticas públicas essenciais para que possamos viver com dignidade em nossos territórios”, disse.

Foto: ANGELO VARELA / ALMT
Foto: ANGELO VARELA / ALMT

De acordo com Lúdio Cabral, a sessão reforçou o papel do Parlamento estadual como espaço de defesa da diversidade, da memória histórica e da inclusão social, reafirmando o compromisso com a promoção dos direitos humanos para uma sociedade mais justa, igualitária e plural.

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