Falar com a Gazeta!
Gazeta Buritis
Publicidade

Marcha em Brasília une mulheres de todo país na luta contra o racismo

Milhares participam de movimento que completa 10 anos em 2025

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
25/11/2025 às 13h16
Marcha em Brasília une mulheres de todo país na luta contra o racismo
© Bruno Peres/Agência Brasil

Milhares de mulheres negras de diversas partes do país estão reunidas em Brasília nesta terça-feira (25) para uma marcha que busca colocar em pauta os direitos básicos desse grupo da população.

Continua após a publicidade
Receba, no WhatsApp, as principais notícias da Gazeta Buritis!
ENTRAR NO GRUPO

A ministra das Mulheres, Márcia Helena Lopes, destacou que as mulheres negras representam 28% da população.

"A a nossa luta é pela reparação, é pela igualdade racial, é pela igualdade de gênero. São cerca de 10 milhões de meninas e mulheres por esse Brasil. Então, que essa marcha se estenda por todo o Brasil e por todo o planeta", destacou.

Apesar do clima chuvoso na capital federal, as participantes caminham pela Esplanada dos Ministério desde 12h. Uma delas é Lindalva Barbosa, servidora pública aposentada que veio de Salvador (BA) para estar com outras ativistas na mobilização.

Continua após a publicidade
Anúncio

Ativista há 40 anos, ela lembra que as mulheres negras “marcham há séculos” por liberdade, justiça, saúde e, sobretudo, pelo direito à vida.

“Eu vim marchar por reparação e bem viver para as mulheres negras e para todo o Brasil. Porque, quando as mulheres negras se movimentam, toda a sociedade se movimenta, como diz Angela Davis”, afirma Lindalva, citando a filósofa e escritora norte-americana referência mundial na discussão sobre racismo.

As mulheres presentes na marcha ressaltam que participar da mobilização renova e fortalece os movimentos que trabalham em defesa dos direitos da população negra.

“Eu vim à marcha principalmente para nos fortalecer, mas acima de tudo para colher essa energia dessas mulheres. E para aprender também. Eu ando em marcha não só por mim, mas por todas nós”, afirma Ana Benedita Costa, do Recife (PE).

Educadora e coordenadora de uma escola de frevo, ela ressalta a contribuição do povo negro na construção da cultura e da sociedade - que precisa ser valorizada e reconhecida.

“Eu acredito também que nós, mulheres negras, juntas, podemos ensinar não só ao nosso povo, mas quem está ao redor, quem também acredita nessa luta antirracista”, diz.

A luta contra a intolerância religiosa é a principal motivação de Ednamar Almeida, ialoxairá de Foz do Iguaçu (PR), para estar presente na Marcha.

“Nós, mulheres de terreiro e mulheres negras, sentimos na pele a perseguição, a injustiça, a intolerância, o racismo, tanto nas nossas comunidades quanto no nosso dia a dia”, destaca.

Mulher trans, moradora de Brasília, Hellen Gabrielle Cunha Gomes da Silva, se juntou às participantes de outras partes do país por acreditar que a marcha traz visibilidade para causas importantes para toda a sociedade.

“Eu vim à marcha para compartilhar com a democracia, porque acho que a população tem um papel crucial nisso. Nossa população não se interessa tanto pela política e eu acho que, se nós fôssemos mais ativos nesse campo, a nossa situação seria bem melhor no país, com um todo”, apontou.

Segunda Marcha das Mulheres Negras

A nova edição da Marcha das Mulheres Negras é realizada no mês em que é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro.

O evento ocorre dez anos depois da primeira marcha, em 18 de novembro de 2015, quando mais de 100 mil mulheres negras do Brasil marcharam em Brasília contra o racismo, a violência contra a juventude negra, a violência doméstica e o feminicídio, que vitimam essas mulheres, e pelo bem viver, rejeitando a mera sobrevivência.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários