
Em muitas comunidades rurais de Rondônia, o dia começa antes do sol nascer. Enquanto a maioria ainda dorme, milhares de famílias já estão na ordenha, sustentando com esforço e dignidade uma das cadeias produtivas mais importantes do nosso Estado: a cadeia do leite. Foi pensando nessas pessoas, que vivem do próprio trabalho e movem a economia rondoniense, que o deputado Ismael Crispin apresentou o PL 1197/2025.
Crispin destaca que o projeto nasce de uma preocupação real e urgente: a sobrevivência dos produtores de leite diante da concorrência desleal imposta pelo leite em pó importado, muitas vezes vendido por valores muito abaixo da capacidade de competitividade dos produtores locais.
“Estamos falando de famílias que acordam cedo, enfrentam sol e chuva, e que veem seu trabalho ser desvalorizado por produtos estrangeiros que chegam ao mercado a preços inviáveis para o produtor rondoniense competir”, afirma o deputado.
O texto do projeto proíbe que indústrias, laticínios ou qualquer pessoa jurídica utilizem leite em pó, composto lácteo, soro de leite e outros derivados importados na fabricação de produtos destinados ao consumo humano. A exceção vale apenas para produtos embalados para o consumidor final e dentro das normas da Anvisa.
Além de proteger o produtor, o projeto também reforça a segurança alimentar, garantindo ao consumidor produtos com origem rastreável e conformidade com as normas sanitárias nacionais. Para Crispin, fortalecer o setor leiteiro significa garantir renda, dignidade e permanência das famílias no campo, preservando a vocação agropecuária de Rondônia.
Inspirada em legislação semelhante aprovada no Paraná, a proposta incentiva a industrialização local e estimula que o valor agregado permaneça dentro do Estado, impulsionando o agronegócio rondoniense.
Texto: Laila Moraes | Jornalista
Foto: Thyago Lorentz | Secom ALE/RO