
A secretária de estado de comunicação do Acre e coordenadora da Câmara Temática de Comunicação do Consórcio da Amazônia Legal, jornalista Nayara Lessa, foi uma das painelistas, na tarde desta quinta-feira, 13, do debate intitulado “Desinformação sobre clima: o papel e a sustentabilidade do jornalismo”, na COP30, em Belém do Pará.

O painel, que teve como moderador Stefano Wrobleski, contou também com a participação do embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, e dos debatedores Bia Barbosa, coordenadora de Incidência da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina; Samanta do Carmo, da Associação de Jornalismo Digital; Ângela Martins, jornalista da Consonante (Colômbia), Nina Santos (Secom/PR) e Letícia Capone, diretora de Pesquisa do Instituto Democracia em Xeque.

O embaixador da França no Brasil abriu o diálogo sobre comunicação destacando o tema como fundamental para diplomacia francesa, salientando que a COP30 trata-se de um evento emblemático por acontecer dez anos após o Acordo de Paris e por ser sediada na floresta amazônica. Segundo ele, a liberdade de expressão precisa ser defendida agora mais do que nunca, sendo a luta contra a desinformação e o combate às mudanças climáticas realidades incontestáveis.
“Mentiras são produzidas. Acreditamos que o jornalismo desempenha um papel essencial para proteger os dados científicos, dando voz às populações que menos ocupam espaços de poder, e o Brasil e França reafirmam esses compromissos entre os seus presidentes no combate às mudanças climáticas. A ciência precisa ser livre e independente, pois as mudanças climáticas se apoiam em fatos e não em manipulações”, disse ele.
Nayara abriu sua fala agradecendo o convite do Consórcio da Amazônia Legal e parabenizando a abordagem do tema acerca da desinformação, frisando que a frase “O Acre existe?”, comumente divulgada na internet é um dos exemplos de narrativas que questionam um fato, que é a existência de um território, sua gente e suas culturas diversas.

O desafio de alcançar as comunidades através de meios de comunicação social foi um dos pontos altos da fala da secretária, que destacou o rádio como um dos principais instrumentos para levar informação de forma justa e coletiva para a população.
“A internet tem seu papel fundamental para informar as comunidades, mas o rádio ainda é o principal meio de comunicação nas mais de 700 comunidades existentes no Acre. Temos como exemplo o período da pandemia de covid-19 quando as pessoas afirmavam tomar conhecimento das notícias através das nove rádios públicas que temos no estado”, disse Nayara.

Ao discorrer sobre a necessidade de não apenas combater a desinformação climática, mas também divulgar a informação correta, a secretária recitou uma frase do governador Gladson Camelí: “Aonde existe comunicação, existe democracia”, e encerrou dizendo que todos os desafios acerca da desinformação vem sendo superado com muito trabalho e compromisso com o jornalismo e a sociedade.
A palestra de Bia Barbosa, coordenadora de Incidência da Repórteres Sem Fronteiras na América Latina chamou atenção para a liberdade de imprensa e sobre os desafios que os jornalistas enfrentam no Brasil uma vez que o país atualmente ocupa o 63º lugar entre os 100 apontados no último relatório da RSF.
Ela também apontou dados relacionados ao uso da inteligência artificial e a necessidade de regulação desse mecanismo. “Isso é necessário para que a população tenha acesso à informação de qualidade e a informação em massa não se torne uma arma de destruição das nossas democracias”, finalizou.
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