
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), apresentou o novo padrão arquitetônico de escolas do campo, que propõe uma estrutura moderna, sustentável e adaptada à realidade amazônica. O projeto, que mescla alvenaria e madeira, busca garantir maior durabilidade, conforto térmico e acessibilidade, mantendo a simplicidade construtiva e o baixo custo de execução.

Elaborado de forma coletiva, o projeto contou com a participação das comunidades escolares do campo e de técnicos do Departamento de Manutenção da SEE. Segundo o arquiteto e urbanista Matheus Filgueira, responsável técnico pelo modelo, a proposta “representa um avanço importante na infraestrutura das escolas do campo, unindo tradição e inovação para atender melhor nossos estudantes e profissionais”.
A previsão é que em 2026, sejam construídas 22 escolas no novo modelo. “Esse novo modelo de escola rural representa um avanço histórico para a educação do campo no Acre. Nós pensamos em cada detalhe com um olhar sensível às realidades das nossas comunidades, respeitando o modo de vida amazônico e garantindo mais conforto, acessibilidade e segurança para alunos e professores”, declara o secretário de Estado de Educação, Aberson Carvalho.

O modelo foi pensado para enfrentar os desafios climáticos e logísticos da Amazônia. As novas unidades terão dois blocos integrados por um pátio-refeitório, sendo o setor de serviços (banheiros, cantina e depósito) totalmente em alvenaria, e o setor de ensino com parte inferior em alvenaria e superior em madeira.
Essa solução evita o contato direto da madeira com o solo, reduzindo drasticamente a necessidade de manutenções e substituições futuras, um dos principais problemas das antigas estruturas escolares rurais.

Além disso, o projeto utiliza alvenaria aparente com acabamento em resina acrílica, o que dispensa pintura e reboco, tornando a manutenção mais simples e barata, especialmente nas áreas de difícil acesso onde há perdas de material durante o transporte fluvial.
As novas escolas atenderão integralmente às normas de acessibilidade (NBR 9050 e NBR 16537) e às exigências da Lei Brasileira de Inclusão (LBI). Rampas com corrimão, banheiros acessíveis e piso tátil em todos os ambientes garantirão autonomia a estudantes e profissionais com deficiência.

As cantinas escolares também seguirão padrões sanitários equivalentes aos das escolas urbanas, com revestimento cerâmico, depósito de merenda com prateleiras em concreto e sistema de exaustão, assegurando mais conforto e higiene no preparo das refeições.
Outro avanço é a inclusão de itens de prevenção e combate a incêndio, como extintores, luminárias e sinalização fotoluminescente de emergência, o que possibilitará que as unidades atendam plenamente aos critérios da Resolução CEE/225/2023, garantindo o credenciamento escolar junto ao Conselho Estadual de Educação do Acre.
Mesmo em regiões sem energia elétrica, o modelo garante ventilação natural e conforto térmico. A cobertura alta, as amplas beiradas e a técnica de ventilação cruzada permitem a circulação constante do ar e o uso das janelas mesmo em dias chuvosos.
“O projeto nasceu da observação direta da realidade amazônica. Precisávamos de uma escola que respirasse, que fosse resistente e acolhedora ao mesmo tempo”, destaca Matheus Filgueira.
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