
A Polícia Militar do Acre (PMAC) celebrou os 40 anos da inclusão feminina na instituição. Marcado por emoção e história, o evento ocorreu no auditório da OAB/AC, na manhã desta quarta-feira, 29, e contou com a presença de autoridades civis, militares e do governador do Estado do Acre, Gladson Camelí.

Mais de 150 mulheres compareceram à solenidade, que teve início com a exibição de um vídeo institucional retratando a trajetória das policiais femininas ao longo das últimas quatro décadas. Em seguida, a mesa de honra foi composta por mulheres de diferentes áreas e instituições do estado, simbolizando a representatividade e a força feminina acreana.
Pioneirismo
A presença feminina na Polícia Militar do Acre teve início em 1985, quando cinco mulheres pioneiras ingressaram na corporação como sargentos, por meio de um concurso público exclusivo para o público feminino. À época, o Brasil vivia um período de transição política, e a presença da mulher em funções militares ainda era um desafio. Mesmo destinadas inicialmente a atividades administrativas e sociais, essas policiais romperam barreiras, destacaram-se pelo profissionalismo e assumiram papel ativo na construção de uma nova imagem institucional.

Com o tempo, essas mulheres — que só podiam alcançar o posto de capitã — se mobilizaram politicamente e participaram da elaboração do projeto de lei que garantiu às policiais o direito de ascender aos postos mais altos da carreira, incluindo o de coronel. A segunda turma feminina, composta por 11 mulheres, ingressou em 1986, durante o governo da então governadora Iolanda Fleming, que formalizou o quadro feminino da PMAC. A partir de então, a presença das mulheres foi regulamentada e ampliada para todas as áreas da corporação — operações, inteligência, administração e comando.

Para a pioneira Joana D’Arc, os 40 anos representam o reconhecimento do protagonismo feminino na Polícia Militar acreana. Ela relembra que entrou na instituição em 1986, quando eram apenas 11 policiais, e que os desafios eram muitos. “Foram anos difíceis, pois, juntamente com a turma de 1985, fomos as primeiras mulheres da corporação. Contudo, sempre enfrentei as dificuldades com alegria, porque ser policial militar era o que eu queria. Foram quase 27 anos de serviços prestados, e hoje podemos contemplar o quanto a PMAC evoluiu e o protagonismo que as mulheres conquistaram dentro da instituição”, afirmou a veterana.
Reconhecimento
Durante a solenidade, mulheres de destaque no Acre receberam das mãos da comandante-geral, coronel Marta Renata, placas de homenagem. Entre as homenageadas estavam a ex-governadora Iolanda Fleming, que abriu caminho para o ingresso das primeiras policiais militares, e a radialista e poeta acreana Nilda Dantas, reconhecida por seus relevantes serviços à sociedade.
Em sua fala, Iolanda Fleming destacou o orgulho de ter contribuído para essa trajetória. “Hoje é um momento muito emocionante. No meu governo, pude acompanhar o crescimento do Acre e o ingresso das mulheres na instituição. Tenho muito orgulho em ver que as mulheres acreanas alcançaram as mais altas funções no Estado. Todas as que hoje vestem o uniforme azul são vocacionadas e merecem estar onde chegaram”, disse a ex-governadora.

Ao longo dessas quatro décadas, 566 mulheres já vestiram o uniforme da Polícia Militar do Acre. Atualmente, 302 estão na ativa, atuando em diferentes frentes: no policiamento ostensivo, no comando de batalhões e diretorias, na gestão administrativa e na formação de novos policiais. A instituição também prestou homenagem às oito policiais militares que faleceram nesse período, reconhecendo suas contribuições e legados.

O governador Gladson Camelí participou da cerimônia e destacou a importância da data. Ele afirmou que “é uma grande honra celebrar os 40 anos da participação feminina na PMAC”. “Este evento mostra o caminho trilhado por essas mulheres até aqui. Além disso, é motivo de orgulho termos, pela primeira vez, uma mulher à frente da nossa Polícia Militar. Quero prestar minha homenagem a todas as mulheres que dedicaram o melhor de si ao povo acreano.”
Legado e respeito
Outro momento marcante da comemoração foi o descerramento da placa com os nomes das primeiras mulheres a ingressarem na instituição. O ato foi conduzido pelo governador Gladson Camelí, pela ex-governadora Iolanda Fleming e pela comandante-geral coronel Marta Renata, eternizando uma trajetória de lutas, conquistas e reconhecimento.

Para a comandante-geral da PMAC, coronel Marta Renata, a celebração representa o respeito e o orgulho de toda a corporação. Segundo ela, “não tem como não se emocionar com uma trajetória tão linda e desafiadora como a das pioneiras”. “Desde 1985, nossa instituição tem rompido preconceitos e barreiras. Ao assumir a função de comandante-geral, trouxe comigo a responsabilidade de representar cada uma dessas mulheres que construíram essa história. Tudo o que elas edificaram merece ser lembrado e celebrado, para que possamos honrar aquelas que, há 40 anos, tornaram este momento possível.”
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