Corta o coração ver pessoas em situação de rua ali na Praça da Juventude? Dói a alma quando alguém te aborda na rua para pedir dinheiro para comprar comida? Esta dor não é só sua. A dor por ver pessoas em uma situação assim é uma dor coletiva.
“Nosso trabalho é constante para sensibilizar cada uma destas pessoas a aceitar a ajuda ofertada, que vai resultar no acolhimento, encaminhamento para uma casa de passagem, onde receberá alimentação, os cuidados necessários, como roupas limpas, itens de higiene pessoal, e, dependendo de cada situação, um encaminhamento para que possam viver de forma digna”, explica a coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Leliane Natali.
Nesta quinta-feira (16 de outubro), no Creas, foi realizada mais uma reunião do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua, o Ciamp. Em pauta, formas de reforçar o trabalho de abordagem para que mais pessoas digam “sim” à oportunidade de voltar à família de origem, ter acesso ao mercado de trabalho e, em muitas situações, fazer o tratamento necessário para combater a dependência química.
Leliane contextualiza que, em situações em que as famílias se sentirem ameaçadas, ou tiverem qualquer direito violado, o correto é acionar a Polícia Militar, via 190, ou 65 98170-0343. “Nosso trabalho se concentra exclusivamente no acolhimento e no encaminhamento das pessoas em situação de rua”, reafirma.
Presidente Associação Casa do Oleiro, que funciona como casa de passagem e abrigo emergencial há 10 anos, Claudete Bett reforça o pedido de “Não dê dinheiro, dê cidadania”, complementando que “nosso papel é garantir que cada pessoa em situação de rua tenha acesso aos serviços que possam ajudá-la na reconstrução de sua história”.
Claudete reitera ainda que as equipes estão preparadas, os programas estão consolidados e a rede intersetorial é atuante. “O que precisamos é que a sociedade entenda que o dinheiro dado nas ruas não resgata a cidadania. Na verdade, mantém o ciclo da exclusão. Cidadania é oferecer escuta, acolhimento e oportunidade”, destaca.
Secretária de Assistência Social, Daniela Marsola Stel também é enfática ao abordar a necessidade de a comunidade mudar o comportamento em relação a esta questão, passando a acionar a equipe do Creas em vez de dar esmolas. “Estamos fortalecendo as ações que já são ofertadas diariamente pela Secretaria de Assistência Social e atuando para construir novas propostas de intervenção e atendimento a essa população”. Anote aí: o Creas pode ser acionado pelo 66 99637 7258, tanto por ligação quanto por mensagem via WhatsApp.
Texto: Nádia Mastella
Fotos: Arquivo e Milene Zamaro
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