O governo do Estado do Acre, por meio do Instituto de Mudanças Climáticas e Regulação de Serviços Ambientais (IMC) participou na quinta e sexta, dias 9 e 10, do curso sobre financiamento climático promovido pela cooperação alemã Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) na Bolívia, na cidade fronteiriça de Cobija.
O evento reuniu agricultores, manejadores, ribeirinhos e representantes de comunidades tradicionais bolivianas interessados em compreender os mecanismos de acesso a recursos financeiros , por meio de programas jurisdicionais de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).
A presidente do IMC, Jaksilande Araújo, foi convidada a apresentar o painel “REDD+ Jurisdicional e atualizações da repartição de benefícios”, destacando o papel de referência do Acre, que desde 2012, lidera na implementação do primeiro modelo jurisdicional de REDD+ em operação no Brasil e reconhecido internacionalmente.
Segundo Jaksilande, a participação no curso representa um momento estratégico de troca de experiências e fortalecimento da cooperação amazônica.“O Acre tem construído, há mais de uma década, um sistema sólido de governança e transparência para a gestão de serviços ambientais. Apresentar nossa experiência em REDD+ Jurisdicional e nosso modelo de repartição de benefícios é contribuir para que outros países amazônicos, como a Bolívia, avancem na criação de seus próprios sistemas. Esse diálogo é fundamental para consolidar uma agenda regional de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, afirmou a presidente do IMC.
Em sua apresentação, a gestora falou ainda os avanços do sistema de distribuição de benefícios do Programa Isa Carbono, do Sistema de Incentivo a Serviços Ambientais (Sisa), que define critérios técnicos e socioambientais na repartição de recursos provenientes de programas de REDD+, valorizando as populações tradicionais, extrativistas e indígenas que contribuem na conservação das florestas.
Os participantes puderam tirar dúvidas e discutir os requisitos necessários para aderir ao mecanismo, e o funcionamento da estrutura de governança, transparência e monitoramento do programa e seus projetos.
Também participaram pelo Acre, a consultora do Earth Innovation Institute (EII), Elsa Mendoza, e do assessor técnico da GIZ, Jânio Aquino, que contribuíram com debates sobre as oportunidades de financiamento climático para comunidades locais e os instrumentos jurídicos e institucionais necessários à criação de um sistema de REDD+ Jurisdicional na Bolívia.
O evento contou ainda com a participação de especialistas do México, Porto Rico, União Europeia e Tanzânia, que contribuíram com suas experiências para o financiamento climático em seus países.
Com foco em fortalecer capacidades locais, o curso buscou ampliar o conhecimento de agricultores, ribeirinhos e manejadores para o acesso aos mecanismos de financiamento climático e a compreensão do papel central da governança na implementação de políticas públicas de descarbonização e valorização da floresta em pé.
O curso promovido pela GIZ Bolívia reforça a crescente integração entre os países amazônicos no enfrentamento das mudanças climáticas, colocando o Acre como referência técnica e institucional na implementação de programas de REDD+ Jurisdicional e governança climática.
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