A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (Alero), por meio da Secretaria de Modernização da Gestão, promoveu, na manhã desta segunda-feira (22), uma palestra sobre saúde mental voltada aos servidores da Casa. A ação integra as atividades promovidas pela Alero em alusão à campanha do Setembro Amarelo , dedicada à conscientização sobre a prevenção do suicídio.
A palestra foi conduzida pelo psicólogo clínico e mestre em Psicologia, Cristiano Fernandes, que propôs uma reflexão sobre os desafios da vida moderna e seus impactos na saúde mental.
Durante sua fala, Cristiano abordou questões existenciais com sensibilidade, destacando que a vida não é homogênea. “Ela já começa com as diferenças entre os sexos, as funções que a sociedade impõe, e os diversos recortes sociais. Cada trajetória é única”, afirmou.
Ao refletir sobre a pergunta se “a vida faz sentido?”, o palestrante destacou que esse sentido é construído a partir de múltiplos fatores: as experiências vividas; as circunstâncias que escapam à nossa vontade; as marcas deixadas por situações difíceis, como violências e negligências; e até mesmo o contexto socioeconômico de cada indivíduo.
Recorrendo a uma metáfora, Cristiano explicou: “O sentido da vida é como uma caixa de tintas. São as cores que usamos para pintar a vida. Algumas pessoas têm mais cores disponíveis, outras menos. O papel da terapia é justamente ajudar a ampliar essa paleta. A terapia é um espaço de organização interna, onde a pessoa pode narrar sua própria história e redescobrir o seu caminho.”
Ele enfatizou ainda que a dor emocional, apesar de ser abstrata, é real e precisa ser validada: “Muitas pessoas cresceram em contextos adversos, marcados por violências e negligências. Essas feridas seguem com elas - inclusive no ambiente de trabalho - onde, por vezes, são ignoradas ou invalidadas com frases como ‘para de reclamar que melhora’ ou ‘isso é frescura’.”
O psicólogo reforçou a importância da escuta empática: “Quando alguém compartilha a própria dor, ouça com atenção e honestidade. Isso também é uma forma de ajudar. Ser vulnerável exige coragem.”
Ao final do encontro, os participantes puderam tirar dúvidas e compartilhar experiências com o palestrante. A analista legislativa Isabelle Marques, de 36 anos, comentou: “Gostei muito da palestra. Ela trouxe uma nova visão sobre saúde mental e reforçou a importância do acolhimento. Cada ser é único e possui uma trajetória que precisa ser respeitada.”
A assessora Emanuelle Souza, de 33 anos, também destacou: “A palestra foi muito tocante. Em vários momentos, me vi refletindo sobre situações que já vivi e como reagi a elas. Percebi que nem sempre fui acolhida e, às vezes, também não acolhi.”
Texto: Eliete Marques I jornalista Secom ALE/RO
Fotos: Luís Castilhos I Secom ALE/RO