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Projeto Bem-me-Quer promove acolhimento e proteção no combate à violência contra a mulher no Acre

Idealizado e implantado inicialmente em Sena Madureira, o projeto Bem-me-Quer nasceu da solidariedade a mulheres vítimas de violência que buscavam ...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Acre
20/09/2025 às 09h17
Projeto Bem-me-Quer promove acolhimento e proteção no combate à violência contra a mulher no Acre
Foto: Reprodução/Secom Acre

Idealizado e implantado inicialmente em Sena Madureira, o projeto Bem-me-Quer nasceu da solidariedade a mulheres vítimas de violência que buscavam atendimento policial. Em janeiro de 2021, a delegada Mariana Gomes identificou a alta demanda de casos envolvendo, além de mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência. Foi criado então um novo modelo de acolhimento, que, com novas unidades, consolidou-se como referência no Acre e já inspira outros estados do país.

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Os núcleos do projeto funcionam como uma extensão da Delegacia Especializada da Mulher (Deam) e da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima de Violência (Decave) da Polícia Civil do Acre (PCAC). Na capital e no interior, foram criadas salas planejadas para oferecer um ambiente humanizado, com cores, mobília e organização diferenciadas, permitindo que a vítima não se sinta em um espaço hostil. Além disso, policiais civis recebem treinamento especializado para prestar um atendimento mais empático, paciente e técnico.

Salas coloridas, brinquedos e escuta ativa humanizam atendimentos às vitimas de violência doméstica. Foto: Raylanderson Frota / Secom
Salas coloridas, brinquedos e escuta ativa humanizam atendimentos às vitimas de violência doméstica. Foto: Raylanderson Frota / Secom

Segundo a delegada, esse foi o grande diferencial do projeto. “Quando tomei posse em Sena Madureira, percebi de imediato a vulnerabilidade das vítimas e como elas não ficam a vontade no ambiente policial. Por isso idealizei o Bem-me-Quer, criando a primeira sala em janeiro de 2021. A ideia sempre foi transformar a delegacia em um lugar de acolhimento, onde a vítima pudesse se sentir protegida e respeitada”, afirmou Mariana

Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus, Senador Guiomard, Tarauacá, Feijó e, mais recentemente, Rodrigues Alves já têm sua unidade do projeto. A meta é expandi-lo a todos os municípios acreanos.

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Delegada Mariana Gomes é a idealizadora do projeto Bem-me-Quer. Foto: arquivo pessoal
Delegada Mariana Gomes é a idealizadora do projeto Bem-me-Quer. Foto: arquivo pessoal

Apenas em 2024, em Sena Madureira, foram registrados 405 boletins de ocorrência, 96 inquéritos e 220 flagrantes relacionados a crimes sensíveis. Cada caso registrado sob o protocolo do Bem-me-Quer representa acolhimento e fortalecimento da rede de proteção.

O projeto já recebeu diversos reconhecimentos. No Acre, é constantemente citado em discursos oficiais do governador Gladson Camelí e da vice-governadora Mailza Assis como exemplo de política pública eficaz. Nacionalmente, conquistou certificado no 1º Concurso de Boas Práticas em Prol das Mulheres Brasileiras, promovido pela Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), em parceria com a professora Alice Bianchini; foi premiado no Prêmio Juíza Viviane Vieira do Amaral, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), figurando entre os dez melhores do país; e segue nas fases do Prêmio Innovare, que valoriza práticas inovadoras da Justiça brasileira.

Agente da Policia Civil Thalita Chaves acompanha o projeto desde o início, em Sena Madureira. Foto: Raylanderson Frota / Secom
Agente da Policia Civil Thalita Chaves acompanha o projeto desde o início, em Sena Madureira. Foto: Raylanderson Frota / Secom

Com o projeto-piloto instalado em Sena Madureira, a mudança foi sentida rapidamente pela população. A agente de Polícia Civil Thalita Chaves relata os efeitos práticos da iniciativa: “No começo, muitas mulheres chegavam desconfiadas. Com o tempo, passaram a ver a sala do Bem-me-Quer como um espaço seguro. Teve casos que até perguntavam se poderiam falar com a psicóloga, porque se sentiam mais à vontade conosco. Não era só registrar um boletim, era ouvir a dor, ter paciência e deixar que relatassem sua história sem pressa. Isso mudou o posicionamento das vítimas, que passaram a procurar a delegacia com confiança.”

O Bem-me-Quer também inspirou a dissertação de mestrado da própria delegada Mariana Gomes, aprovada pela Universidade Federal Fluminense (UFF). O estudo analisa os atendimentos policiais a vítimas vulneráveis no Acre, com o objetivo de subsidiar políticas públicas mais assertivas no enfrentamento à violência contra mulheres, crianças e adolescentes.

Projeto Bem-Me-Quer oferece apoio psicológico, jurídico e social a vítimas de violência doméstica e sexual. Foto: assessoria/ PCAC
Projeto Bem-Me-Quer oferece apoio psicológico, jurídico e social a vítimas de violência doméstica e sexual. Foto: assessoria/ PCAC

Um modelo para o Brasil

O sucesso no Acre já desperta interesse em outros estados. Delegadas de diferentes regiões entram em contato buscando informações sobre o funcionamento e documentos do projeto, avaliando sua implantação. “Seria um sonho ver o Bem-me-Quer funcionando em todo o país”, avalia Mariana Gomes.

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