Apesar do empenho do Poder Legislativo em promover o debate sobre a situação dos agentes penitenciários temporários, a reunião realizada nesta quinta-feira (18) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) acabou não avançando. O encontro foi conduzido pelo deputado Afonso Fernandes (Solidariedade), que destacou a importância do tema e lembrou que vinha cobrando a presença de representantes do governo e de órgãos de controle desde a semana anterior.
“Nosso objetivo era reunir todos os atores envolvidos para buscar entendimento e apontar caminhos, mas infelizmente essa disposição não se concretizou”, frisou o parlamentar.
Fernandes ressaltou que havia solicitado a presença de representantes do governo do Estado, da Procuradoria-Geral, do Ministério Público, da Secretaria de Segurança Pública e do Iapen. No entanto, nenhum deles compareceu, inviabilizando a continuidade das discussões. “Eu levantei uma questão de ordem nesta Casa para que a reunião fosse realizada com todos os órgãos competentes, mas infelizmente estamos apenas nós aqui. Isso mostra uma falta de compromisso com a categoria e com a sociedade”, afirmou.
O parlamentar lamentou a situação e garantiu que continuará insistindo em buscar soluções para os trabalhadores. “Não existe demagogia da minha parte. Pelo contrário, o meu desejo é encontrar alternativas para resolver esse problema que não atinge apenas os servidores, mas também a sociedade acreana devido a insegurança”, reforçou.
O deputado ainda se desculpou com os agentes penitenciários pela frustração causada diante da ausência dos convidados. Ele disse que compreendia o esforço feito pelos profissionais para comparecer à Aleac e reafirmou seu compromisso de seguir cobrando providências. “Sei do sacrifício que cada um fez para estar aqui hoje e não vou desistir de buscar uma saída. O sentimento é de indignação, mas também de perseverança, porque a luta continua”, concluiu.
Com a voz embargada, o representante dos agentes penitenciários temporários, Juranilson Kagy, lamentou profundamente a ausência das instituições convidadas para o debate na Aleac. Ele afirmou que a categoria esperava, ao menos, ser ouvida pelos órgãos competentes, mas se deparou com o silêncio. “Infelizmente, hoje, nenhum desses representantes apareceu para olhar em nossa cara e dizer algo. Isso nos entristece muito, porque acreditamos que poderiam apresentar soluções, mas nos deparamos com esse silêncio”, disse.
Apesar da decepção, Kagy destacou que os agentes não irão recuar da luta por seus direitos. “Não vamos desistir! Vamos continuar lutando pelos nossos direitos, porque somos brasileiros. Enquanto muitos desfrutam de gabinetes confortáveis, nós seguimos expostos ao crime e ao abandono do Estado”, reforçou, emocionado.
Texto: Andressa Oliveira
Fotos: Sérgio Vale