Herança histórica e cultural de Porto Velho, o Prédio do Relógio representa a preservação do patrimônio e desempenha um papel vital na construção da identidade cultural porto-velhense. O edifício carrega consigo histórias da origem e o suor de pioneiros que compõem a identidade do município.
O prédio tem projeto dos anos 40 de autoria do arquiteto Armando Costa, do Rio de Janeiro, com concepção baseada no formato estilizado de uma locomotiva, distribuído em dois pavimentos, com área construída de 1.500 metros quadrados.
De acordo com o historiador, Aleks Palitot, a estrutura da construção traduz a modernidade da primeira metade do século XX. O prédio é um dos representantes do estilo Art Déco, encontrado em várias edificações da época na cidade de Porto Velho, e ainda é uma das mais antigas construções da capital rondoniense.
O RELÓGIO
Localizado na esquina das avenidas Farquar e Sete de Setembro, próximo ao Complexo Madeira-Mamoré, o prédio contém uma torre com um relógio, que durante anos foi o guia de horário para a população de Porto Velho, por isso é conhecido popularmente como Prédio do Relógio. O relógio, cuja máquina era francesa da marca Jacques Perret, foi comprado em 1949, no Rio de Janeiro.
Recentemente, o maquinário precisou ser substituído e, após mais de 20 anos, o relógio voltou a funcionar.
VITRAL E PREFEITOS
O que chama bastante atenção também sobre a arquitetura do prédio, é que na entrada principal estão à mostra vitrais, que representam os ciclos econômicos da região. Os vidros coloridos representam o trecho da ferrovia de Porto Velho a Guajará-Mirim, o rio Madeira, fauna e flora da Amazônia, indígenas, seringueiros e ainda a imagem imponente de uma locomotiva.
Além dos vitrais, uma galeria localizada no salão nobre do Prédio do Relógio, foi inaugurada em 2019 contendo fotografias dos prefeitos e administradores de Porto Velho. As fotos estão em ordem cronológica, começando pelo Major Fernando Guapindaia e demais administradores, quando Porto Velho ainda pertencia ao Amazonas. Na sequência, os prefeitos nomeados na época do Território Federal do Guaporé. Por último, as fotografias dos prefeitos da cidade como capital do Estado de Rondônia.
CURIOSIDADES
Após deixar de ser sede administrativa da EFMM, a edificação serviu como local para vários órgãos e instituições. Só para se ter ideia, em 1981 foi instalada no prédio a presidência do Banco do Estado de Rondônia (Beron). Já por volta de 1996 foi sede da Fundação Cultural e Turística (Funcetur), e nos anos 2000 o prédio foi restaurado, para a instalação da Biblioteca Pública Estadual Dr. José Pontes Pinto, o Centro de Documentação Histórico, os Museus do Estado de Rondônia e o Geológico.
No ano de 2003 o prédio teve uma nova finalidade com a presença da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e a Superintendência de Turismo (Setur). Somente a partir de 2019, o Prédio do Relógio, passou a ser sede oficial da Prefeitura de Porto Velho e, consequentemente, da Secretaria-Geral de Governo (SGG).
Texto:André Oliveira
Fotos:José Carlos/ Arquivo PMPV/ Acervo do Centro de Documentação do Estado CEDOC
Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)