Uma região praticamente isolada no meio da selva amazônica, aos poucos foi se transformando em um dos pontos estratégicos mais prósperos do rio Madeira. Com a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) e a chegada de milhares de pessoas, foi criado o município de Porto Velho no dia 2 de outubro de 1914.
Desde então, a região passou por transformações significativas, tornando-se um importante polo econômico e populacional na região Norte do país. Com quase 111 anos de criação, os ciclos migratórios fazem parte dessa história de desenvolvimento e contribuíram para a transformação desse canto da Amazônia.
De acordo com o professor e historiador, Célio Leandro, a região passou por vários ciclos migratórios e econômicos. O historiador destaca que o primeiro foi o ciclo da borracha e a construção da ferrovia, que tinha como objetivo transportar o produto da região da Bolívia. A cobiça pelo “ouro branco” levou milhares de pessoas a se aventurarem pela selva amazônica em busca da riqueza.
“Tudo começa com o ciclo da borracha, é esse ciclo que está ligado diretamente com nossa origem. Com isso, vamos ter a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que é em seu entorno que surge a cidade de Porto Velho. Então, o primeiro grande ciclo econômico foi o da borracha. Destaque para o grande número de pessoas de diversas nacionalidades que vieram para a região”, disse Célio Leandro.
CRIAÇÃO DO ESTADO
Outros movimentos também se destacam nesse processo de ciclos migratórios e econômicos na região do rio Madeira. Segundo historiadores, com o período da abertura da Br-364, projetos de colonização e a criação do estado de Rondônia e ainda oferta de terras para a agropecuária, o município de Porto Velho entra em um novo processo de desenvolvimento populacional.
O historiador Aleks Palitot acrescenta que com o processo de criação do estado de Rondônia, por volta da década de 1980, Porto Velho também se consagra como um dos principais destinos, consolidando como um verdadeiro “caldeirão cultural” com a mistura de tradições de vários estados e países, promovendo o sincretismo cultural.
Aleks Palitot reforça também a importância cultural dos “arigós” que vieram para Rondônia escrever uma nova história em suas vidas e uma nova história para nossa Porto Velho. Ocuparam especialmente uma área próxima ao rio Madeira, araçazal, que concentrou as casas dos primeiros moradores do bairro. Os arigós, como eram chamados, vinham especialmente do estado do Ceará fugindo da seca nordestina e em busca de melhores condições de vida.
BOOM DAS USINAS
“As usinas do rio Madeira trazem um grande contingente de pessoas para a região. Porto Velho que até então contava com mais de 200 mil habitantes, passa então a registrar cerca de 500 mil habitantes naquele período em decorrência dessas grandes obras. Nossa história está em pleno desenvolvimento, a gente ver por exemplo o crescimento da soja na região e a implementação do nosso porto graneleiro e o município segue para novos rumos”, finaliza Célio Leandro.
Texto:André Oliveira
Fotos:José Carlos/ Leandro Morais/ Secom
Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)