Falar com a Gazeta!
Gazeta Buritis
Publicidade

Da aldeia às margens do Juruá, projetos escolares unem tradição, ciência e cuidado ambiental

“Para mudar o mundo é preciso começar cuidando do nosso ambiente”. A frase da estudante Jennifer Souza, de 12 anos, resume o espírito dos projetos ...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Acre
14/08/2025 às 15h14
Da aldeia às margens do Juruá, projetos escolares unem tradição, ciência e cuidado ambiental
Foto: Reprodução/Secom Acre

“Para mudar o mundo é preciso começar cuidando do nosso ambiente”. A frase da estudante Jennifer Souza, de 12 anos, resume o espírito dos projetos apresentados na etapa estadual da Conferência Infantojuvenil pelo Meio Ambiente que foi realizada esta semana na Escola Armando Nogueira, em Rio Branco, e reuniu estudantes de todas as regiões do Acre.

Continua após a publicidade
Receba, no WhatsApp, as principais notícias da Gazeta Buritis!
ENTRAR NO GRUPO

Entre as dez escolas das regionais Juruá e Tarauacá-Envira, quatro projetos apresentaram iniciativas que vão do reflorestamento e recuperação de rios à valorização de saberes tradicionais e criação de territórios mais saudáveis, unindo ciência, cultura e o protagonismo de estudantes e professores na busca por soluções para desafios ambientais.

Vozes ribeirinhas: memórias e saberes que inspiram novas gerações

Estudante Lins Caren e professora Elizanete representaram a Escola Maria Lima de Souza, de Cruzeiro do Sul. Foto: Mardilson Gomes/SEE
Estudante Lins Caren e professora Elizanete representaram a Escola Maria Lima de Souza, de Cruzeiro do Sul. Foto: Mardilson Gomes/SEE

O foco do projeto “Vozes ribeirinhas: memórias e saberes que inspiram novas gerações”, dos alunos da Escola Maria Lima de Souza, de Cruzeiro do Sul, é a recuperação do Rio Juruá. A unidade escolar está localizada próxima à área de várzea do rio, e a iniciativa tem o objetivo de mobilizar a comunidade ribeirinha do entorno para promover o descarte correto do lixo e o reflorestamento das margens com espécies nativas.

As ações previstas envolvem mutirões de limpeza, instalação de lixeiras recicladas em pontos estratégicos e campanhas de conscientização, principalmente em decorrência do impacto das enchentes sobre alunos e famílias, que muitas vezes utilizam o espaço escolar como abrigo.

Continua após a publicidade
Anúncio

“Queremos conscientizar e reflorestar as margens do rio, criando condições para um ambiente mais limpo e saudável. A própria comunidade sofre por não ter onde descartar o lixo, e o projeto busca oferecer essa solução”, explicou Elizanete de Freitas, professora de Ciências da escola.

A aluna-delegada Lins Caren Correia, de 14 anos, que participou da Conferência representando os estudantes da Maria Lima, ressalta que a iniciativa vai além do cuidado ambiental: “As comunidades ribeirinhas precisam ser ouvidas. Queremos passar nosso conhecimento para as novas gerações, para que o Rio Juruá seja limpo e harmonioso, e que quem vive em suas margens seja valorizado”.

Começa em mim: cuidar do meu espaço, transformar o mundo

Professora Maria Izerlândia e aluno Adryan Victor representaram a Escola Vicente Celso Brandão, localizada em Feijó. Foto: Mardilson Gomes
Professora Maria Izerlândia e aluno Adryan Victor representaram a Escola Vicente Celso Brandão, localizada em Feijó. Foto: Mardilson Gomes

O projeto “Começa em mim: cuidar do meu espaço, transformar o mundo”, da Escola Vicente Celso Brandão, localizada em Feijó, trabalha a preservação ambiental por meio de ações como coleta seletiva de lixo, implantação de hortas comunitárias e campanhas de conscientização sobre as mudanças climáticas. A motivação surgiu devido às queimadas, que afetam a qualidade do ar e a saúde da população, especialmente durante a estação seca. A proposta envolveu toda a comunidade escolar, com quase 600 alunos participando diretamente das atividades.

“O nosso município sofre muito com queimadas, tanto urbanas quanto rurais. Nosso objetivo é sensibilizar a população para preservar o solo, a água e o ar, garantindo um futuro melhor para as próximas gerações”, destacou Maria Izerlândia de Moura, professora de Ciências.

O aluno-delegado Adryan Victor Oliveira, de 14 anos, reforça que a iniciativa busca transformar discurso em ação: “O projeto é importante não só para a nossa comunidade, mas para o mundo. Aprendemos que é preciso fazer e não apenas falar. É a comunidade se mobilizando de verdade”.

Wadaki, Tsikavu Makisiti Dinamã Dukuda Daypudu/Plantar, cuidar e produzir – A floresta é nossa vida

Professora Maria José e aluna Analù representaram a Escola Ixubay Rabui Pyanawa, de Mâncio Lima. Foto: Mardilson Gomes
Professora Maria José e aluna Analù representaram a Escola Ixubay Rabui Pyanawa, de Mâncio Lima. Foto: Mardilson Gomes

Em Mâncio Lima, na Aldeia Verde, o projeto “Wadaki, Tsikavu Makisiti Dinamã Dukuda Daypudu/Plantar, cuidar e produzir – A floresta é nossa vida”, da Escola Ixubay Rabui Pyanawa, busca reflorestar áreas degradadas, introduzindo espécies frutíferas e não frutíferas, com o objetivo de melhorar a qualidade do ar e garantir alimentação saudável para a comunidade. A iniciativa nasceu de um processo coletivo: alunos do 6º ao 9º ano, mediados pelos professores, debateram diferentes temáticas até chegar à proposta escolhida.

“Nosso projeto consiste em trazer a sustentabilidade para a Aldeia Verde, reflorestando áreas degradadas e garantindo mais qualidade de vida para todos”, explicou Maria José dos Santos Puyanawa, professora responsável pela iniciativa.

Representando a escola na Conferência, a aluna Analù de Souza Puyanawa, de 12 anos, destacou o caráter educativo da ação: “Transmite conhecimento e mostra o que devemos fazer para cuidar do meio ambiente. Queremos levar essa mensagem para outras pessoas e inspirá-las a agir”.

Sombra e vida no quintal da escola

Professor Wesley e aluna Jennifer representaram a Escola Francisco Lino Ribeiro de Rodrigues Alves. Foto: Mardilson Gomes
Professor Wesley e aluna Jennifer representaram a Escola Francisco Lino Ribeiro de Rodrigues Alves. Foto: Mardilson Gomes

Na área rural de Rodrigues Alves, amenizar o calor e melhorar o conforto térmico das salas de aula da Escola Francisco Lino Ribeiro é o ojetivo do projeto “Sombra e vida no quintal da escola”, que propõe o reflorestamento da ampla área da unidade com árvores frutíferas e nativas.

A ação também busca conscientizar a comunidade sobre a importância da preservação ambiental e envolver pais e moradores na construção de uma horta comunitária. A escola, localizada a 15 km do asfalto, enfrenta desafios como o acesso difícil durante o inverno e a ausência de climatização, o que torna as aulas à tarde quase inviáveis.

“Queremos climatizar a escola de forma natural, usando árvores que também possam complementar o cardápio escolar, como coqueiros e goiabeiras. Assim, unimos conforto, alimentação saudável e conscientização ambiental”, explicou Wesley Maia, professor de Linguagens.

A aluna-delegada Jennifer Souza, de 12 anos, destacou o resultado esperado: “Vai melhorar o ar, trazer sombra e permitir que a gente possa fazer atividades ao ar livre, como leituras. Aprendi que para mudar o mundo é preciso começar cuidando do nosso ambiente”.

Confira os projetos apresentados pelas regionais

Juruá
  • Escola Visconde do Rio Branco – Zona Rural – Cruzeiro do Sul
    Projeto: “Cultivar para transformar: a horta da Visconde – Plantando esperança, educação e transformação social”
  • Escola Maria Lima de Souza – Zona Urbana – Cruzeiro do Sul
    Projeto: “Vozes ribeirinhas: memórias e saberes que inspiram novas gerações”
  • Escola Francisco Lino Ribeiro – Zona Rural – Rodrigues Alves
    Projeto: “Sombra e vida no quintal da escola”
  • Escola Manoel Braz de Melo – Zona Rural – Cruzeiro do Sul
    Projeto: “Educando com a horta escolar”
  • Escola Prof. Antônio de Barros Freire – Zona Urbana – Cruzeiro do Sul
    Projeto: “Do saber ao fazer: educação transformadora para justiça climática”
  • Escola Indígena Tamakaya – Zona Indígena – Cruzeiro do Sul
    Projeto: “Impactos hídricos no Rio Campinas, localizado nas terras indígenas Campinas Katukina” – CZS/AC
  • Escola Ixubay Rabui Puyanawa – Zona Indígena – Mâncio Lima
    Projeto: “Wadaki, Tsikavu Makisiti Dinamã Dukuda Daypudu/Plantar, cuidar e produzir – A floresta é nossa vida – Territórios Sustentáveis Eixo III”

Tarauacá-Envira

  • Escola 15 de Junho II (Municipal) – Zona Rural – Tarauacá
    Projeto: “Horta sustentável e plantas medicinais”
  • Escola Vicente Celso Brandão – Zona Urbana – Feijó
    Projeto: “Eixo de abordagem: territórios saudáveis – Começa em mim: cuidar do meu espaço, transformar o mundo”
  • Escola Tekahayne Shanenawa – Zona Indígena – Feijó
    Projeto: “Poesia sustentável”

The post Da aldeia às margens do Juruá, projetos escolares unem tradição, ciência e cuidado ambiental appeared first on Noticias do Acre .

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários