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O comércio formal viveu, no Acre, em 2023 seu melhor momento em mais de uma década. Segundo dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgada pelo IBGE na última quinta-feira, 7, o setor empregou 21.687 pessoas, o maior contingente desde 2007. O levantamento aponta sinais claros de renascimento econômico pós-pandemia, com crescimento expressivo tanto na geração de empregos quanto na receita das empresas.
Em comparação com 2022, o número de trabalhadores formais no comércio cresceu 7,1%, com 1.439 novas vagas. Frente ao período pré-pandemia, em 2019, o avanço foi ainda mais significativo: 20,2%, o que representa 3.653 pessoas a mais no mercado. O varejo liderou a recuperação, concentrando 76,1% dos empregos do setor, seguido pelo comércio atacadista, que também atingiu seu maior nível desde 2007, com 2.989 trabalhadores.
Além da expansão no número de empregos, o comércio acreano também registrou forte desempenho financeiro no período analisado. Os 21.687 trabalhadores formais do setor receberam, ao longo do ano, R$ 648,9 milhões em salários, retiradas e outras remunerações, comprovando uma recuperação sólida do mercado formal.
O estado contava, em 2023, com 2.829 unidades locais atuando no comércio, que juntas movimentaram uma receita operacional líquida de R$ 11,9 bilhões. Neste universo, o comércio varejista foi o principal motor dessa receita, respondendo por 58,4% do total. Em seguida, vieram o comércio atacadista, com 30,4%, e o comércio de veículos, peças e motocicletas, que completou a participação setorial com 11,1%.
O governo do Acre, além de pensar em políticas públicas voltadas para o setor, também encabeça eventos importantes, como o caso da Expoacre Juruá e também da Expoacre na capital, que se tornam vitrine para os negócios do estado. Com espaços dedicados ao empreendedor, a feira é uma forma de expandir o alcance daquele negócio.
O governador Gladson Camelí avalia os dados como o resultado de uma política pública voltada ao fortalecimento do setor privado, que tem sido um aliado ao desenvolvimento do estado.
“Acreditamos que o setor produtivo precisa de liberdade para crescer, e, por isso, temos atuado na defesa da desburocratização e na criação de incentivos que tornem o estado cada vez mais atrativo para quem quer investir e empreender aqui. O Acre é nosso diamante e temos que lapidá-lo e só posso fazer isso com a ajuda de todos, pois eu não consigo governar sozinho”, pontua.
Com o lema executar neste ano de 2025, ele disse que o setor de construção civil tem sido crucial para corroborar com esse movimento frenético de contratações. “Cada estrada pavimentada, cada escola reformada, cada hospital ampliado representa não apenas mais qualidade de vida para a população, mas também o movimento da engrenagem econômica. Programas como o PEC/GER-AC, nosso Programa de Estímulo à Construção Civil para Geração de Emprego e Renda, são exemplos claros de como o poder público pode impulsionar o setor privado e, ao mesmo tempo, garantir oportunidades para milhares de acreanos.”
Segundo a PAC, o comércio acreano passou por importantes transformações nos últimos anos, especialmente na composição da receita e nas margens de comercialização. Entre 2014 e 2023, o comércio por atacado foi o segmento que mais perdeu participação na receita operacional líquida, com uma queda de 1,6 ponto percentual (p.p.).
Apesar disso, o setor comercial como um todo apresentou sinais de valorização do trabalho. Pelo segundo ano consecutivo, as empresas pagaram, em média, dois salários mínimos aos seus empregados, o maior valor desde 2007, segundo o levantamento.
Um dos indicadores mais relevantes da PAC é a margem de comercialização, que representa a diferença entre o valor obtido com a revenda de mercadorias e o custo dessas mercadorias. Em 2023, essa margem somou R$ 2,9 bilhões, sendo o comércio varejista responsável pela maior fatia (67,4%), seguido pelo comércio por atacado (23,0%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (9,1%).
Na comparação com 2022, o comércio varejista teve um ganho de 1,6 p.p. na taxa de margem de comercialização, consolidando sua posição como o segmento mais rentável. Já na análise de longo prazo, entre 2014 e 2023, o comércio de veículos, peças e motocicletas foi o único a registrar crescimento expressivo na margem, com alta de 5,6 p.p.. Em contrapartida, o varejo e o atacado tiveram quedas de 5,2 p.p. e 0,4 p.p., respectivamente.
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