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Governo do Acre e Judiciário firmam pacto histórico para transformar sistema prisional e marcam nova era no estado

Em um marco institucional inédito no estado do Acre, o governo estadual e o Tribunal de Justiça (TJAC) formalizaram, na tarde desta quinta-feira (7...

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Acre
07/08/2025 às 18h45
Governo do Acre e Judiciário firmam pacto histórico para transformar sistema prisional e marcam nova era no estado
Foto: Reprodução/Secom Acre

Em um marco institucional inédito no estado do Acre, o governo estadual e o Tribunal de Justiça (TJAC) formalizaram, na tarde desta quinta-feira (7), uma parceria estratégica voltada à reformulação do sistema prisional. A cerimônia de assinatura do Termo de Cooperação do Plano Estadual Pena Justa ocorreu na sede do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), com a presença do governador Gladson CamelÍ e do presidente do TJAC, desembargador Laudivon Nogueira.

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Acordo fortalece e visiabiliza ações voltadas às pessoas privadas de liberdade. Foto: Diego Gurgel/Secom
Acordo fortalece e visiabiliza ações voltadas às pessoas privadas de liberdade. Foto: Diego Gurgel/Secom

O acordo representa um avanço significativo na busca por um sistema penal mais digno, justo e eficaz, com foco na reintegração social, respeito aos direitos humanos e fortalecimento da justiça restaurativa.

O Plano Estadual surge como uma resposta efetiva à decisão do Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347, que reconheceu a existência de um Estado de Coisas Inconstitucional no sistema prisional brasileiro. A iniciativa tem como referência técnica o Plano Nacional Pena Justa, elaborado por meio de uma articulação entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e os governos estaduais.

“Hoje damos mais um passo importante na construção de um Acre mais justo, mais humano e mais igualitário. A assinatura deste termo de cooperação representa muito mais do que um acordo entre instituições, é um compromisso com a dignidade, com os direitos e com a Constituição que nos rege”, destacou o governador Gladson Camelí.

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Ele enfatizou ainda que as pessoas privadas de liberdade continuam sendo cidadãos brasileiros.

“É dever do Estado garantir que seus direitos fundamentais sejam respeitados, mesmo dentro do sistema prisional. O acesso à saúde, à educação, ao trabalho e à justiça não pode ser privilégio de poucos, mas, sim, um direito de todos. O Estado tem um papel essencial na redução das desigualdades. E isso começa com ações concretas como esta, que promovem inclusão, ressocialização e respeito à vida. Estamos aqui para reafirmar que ninguém será deixado para trás, porque a verdadeira democracia se mede pela forma como tratamos os que mais precisam”, reforçou.

Assinatura garante avanços à garantia de direitos humanos. Foto: Diego Gurgel/Secom
Assinatura garante avanços à garantia de direitos humanos. Foto: Diego Gurgel/Secom

O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) desempenha um papel estratégico na implementação do Plano Estadual Pena Justa, por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF) e do Comitê de Políticas Penais. A Corte lidera ações que já estão em andamento e que visam transformar a realidade do sistema prisional no estado.

Entre as iniciativas em curso destacam-se o funcionamento do Escritório Social, as Centrais Integradas de Alternativas Penais, projetos de geração de renda como fábricas de sandálias, grupos de justiça restaurativa e políticas voltadas à saúde mental da população privada de liberdade.

Papel social

O corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Nonato Maia, destacou que a assinatura do termo de cooperação representa um marco importante para o sistema de justiça e para a sociedade acreana. Segundo ele, o plano foi concluído após seis meses de trabalho intenso, em conformidade com as diretrizes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Este não é apenas um ideal ético, mas um lembrete permanente da nossa responsabilidade coletiva como indivíduos e como sociedade: garantir o bem-estar de todos, inclusive daqueles que se encontram em situação de vulnerabilidade ou exclusão”, afirmou Maia.

O corregedor ressaltou que a Constituição assegura a dignidade da pessoa humana, e que esse princípio é fundamental para a construção de um país mais justo e igualitário.

“Com este termo, o Estado do Acre dá um passo importante rumo a uma sociedade que inclui todos, especialmente aqueles que estão ou estiveram em conflito com a lei”, disse.

Diversos atores se unem em prol dos avanços na construção da garantia do acesso igualitário. Foto: Diego Gurgel/Secom
Diversos atores se unem em prol dos avanços na construção da garantia do acesso igualitário. Foto: Diego Gurgel/Secom

Maia também enfatizou o caráter participativo do processo, que contou com escuta ativa da população e realização de audiências públicas. Para ele, essa mobilização legitima os anseios sociais por um sistema prisional que não apenas puna, mas que também ressocialize.

“Nossa meta é ir além do que determina o Supremo Tribunal Federal. Queremos construir algo efetivo, com metas claras até 2027, e que envolva o engajamento das instituições e da sociedade organizada. Só assim poderemos criar um sistema verdadeiramente justo e igualitário para todos”, concluiu.

O documento firmado define 307 metas até 2027 e abrange quatro eixos estratégicos, como controle da entrada e das vagas no sistema; melhoria da ambiência e dos serviços prisionais; reintegração social de pessoas privadas de liberdade; políticas de não repetição das violações constitucionais.

Além do Executivo e do Judiciário, o plano contou com a participação da Defensoria Pública, Ministério Público do Acre (MPAC), Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), universidades e representantes da sociedade civil.

A assinatura representa um marco na política penal acreana, segundo o presidente do Iapen, Marcos Frank Costa.

Presidente do Iapen, Marcos Frank, destaca a importância de elos entre instituições. Foto: Diego Gurgel/Secom
Presidente do Iapen, Marcos Frank, destaca a importância de elos entre instituições. Foto: Diego Gurgel/Secom

Ressocialização

O presidente do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen), Marcos Frank, destacou que o plano de pena justa representa um avanço significativo na garantia de direitos dentro do sistema prisional. Segundo ele, a iniciativa rompe com a visão ultrapassada de que a pena deve ser apenas um castigo.

“Estamos abandonando a ideia de que a pena é apenas punição. Reforçamos que ela pode ser uma ferramenta para reconstruir o cidadão”, afirmou Frank.

Ele também agradeceu o envolvimento das instituições e da sociedade civil na construção do plano. Para o presidente do Iapen, a colaboração interinstitucional foi essencial para consolidar uma proposta que alia justiça, dignidade e ressocialização .

O presidente do Tribunal de Justiça do Acre, desembargador Laudivon Nogueira, ressaltou que é urgente mudar a forma como o sistema prisional trata os indivíduos privados de liberdade e reconheceu que o Acre tem dado um passo importante para essa mudança.

Segundo Nogueira, o novo termo de cooperação representa uma mudança de direção e exige coragem e comprometimento institucional.

“Quero parabenizar pela atitude corajosa e proativa de fazer cumprir o que está na Constituição. São mais de 300 metas até 2027, e sabemos que não é fácil. Mas com o empenho do Executivo, do Judiciário e de todos os atores envolvidos, vamos alcançar esses objetivos. Ninguém faz nada sozinho.”

União de esforços impacta em ações para a sociedade e garante direitos constitucionais. Foto: Diego Gurgel/Secom
União de esforços impacta em ações para a sociedade e garante direitos constitucionais. Foto: Diego Gurgel/Secom

União

O presidente do TJAC também destacou que garantir a dignidade das pessoas privadas de liberdade é essencial para que possam retornar à sociedade de forma ressocializada. Ele lembrou que o processo tem sido construído de forma coletiva, com a participação de diversas entidades e apoio contínuo do Poder Executivo.

“Vejo que não é pouca coisa. É muita gente querendo melhorar esse sistema. A sociedade e o Estado precisam agir em cooperação com as instituições. Embora estejamos formalizando um pacto agora, muitas ações já foram iniciadas com o apoio do Executivo, por meio de trabalhos realizados em parceria”, concluiu.

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