Por Victor Hugo dos Santos da Costa
Inaugurado oficialmente em 6 de agosto de 2023, o Museu dos Povos Acreanos (MPA) celebra nesta quarta-feira, 6, dois anos de atividades, consolidando-se como um dos principais espaços culturais do Acre, sob a gestão da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM). Localizada no coração do centro histórico de Rio Branco, a instituição tem se destacado pela promoção de exposições e eventos que resgatam e conectam a história e a diversidade dos povos que formam a identidade acreana.
No último ano, o MPA recebeu cinco exposições, com destaque para a valorização de artistas locais e suas contribuições à cultura acreana. De agosto de 2024 até agora, o museu registrou 11.720 visitas, o que representa uma média mensal de cerca de 977 visitantes.
O presidente da FEM, Minoru Kinpara, destaca que o MPA também é um espaço de formação e abriga vários seminários, palestras e saraus. “Temos cuidado de abrir o MPA para as novas gerações conhecerem a nossa identidade e valorizarem nossa história. Recebemos a visita de muitos estudantes e de turistas de todo o mundo. Trouxemos a arte urbana para dentro do museu e essa aproximação com a juventude é muito gratificante”, enfatiza.
O coordenador do MPA, Ferleno Ferreira, ressalta que o museu é um espaço vivo, voltado não apenas à preservação da memória, mas também à educação, à pesquisa e ao diálogo permanente com a sociedade.
“Nosso trabalho se fortalece por meio de parcerias com instituições e da participação ativa da comunidade, pois acreditamos que a história e a identidade do Acre se constroem de forma coletiva, com olhares múltiplos e vozes diversas”, afirmou.
A guia Marina Luckner compartilha a experiência de acompanhar o impacto que o museu causa nos visitantes: “É gratificante estar cercada de tanta história. Encontro desde pessoas que viveram esses acontecimentos e se emocionam ao reviver memórias, até jovens que, ao saírem daqui, veem despertar em si o desejo de conhecer mais e valorizar nossa cultura”.
Entre os espaços mais visitados, Marina destaca a sala que abriga a réplica do crânio do Purussaurus brasiliensis , considerado um dos maiores crocodilianos que já habitaram a Terra. O fóssil original foi encontrado no Alto Rio Acre, em 1986.
A historiadora e pesquisadora Antônia Odiceula de Souza, que também atua como guia no MPA, reforça o caráter imersivo da experiência proporcionada pelo museu.
“Crianças que nunca andaram de canoa, por exemplo, aqui podem ver uma de perto. Podem ter ouvido falar da borracha, mas aqui tocam nela. O museu permite visualizar e vivenciar aquilo que está nos livros ou nas histórias contadas”, explica.
Antônia também destaca o cuidado em manter viva a cultura acreana até mesmo na nomeação dos espaços internos. A Sala de Exposições Sansão Pereira homenageia o artista plástico nascido em Xapuri, enquanto o Auditório Florentina Esteves celebra a primeira mulher a lançar um romance no estado, com importantes contribuições à literatura acreana.
O MPA vem cumprindo, nesses dois anos, sua missão de conectar passado e futuro. Trata-se de um espaço onde a consciência histórica e a identidade do povo acreano seguem vivas e pulsantes — em harmonia com os versos do hino estadual, lembrando que o peito acreano é, de fato, cheio de nobreza, constância e valor.
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